Reunidos durante três dias em Foz do Iguaçu, no Paraná, delegados chefes da Polícia Civil dos Estados e do Distrito Federal elaboraram uma carta de oito páginas em que discorrem da situação atual do país diante do avanço da criminalidade.
Continua depois da publicidade
Estado paralelo criminoso, décadas de descompromisso ideológico humanista e garantista, desarmamento da população e mais atenção aos presos a que com as vítimas foram algumas das críticas feitas por integrantes do CONCPC (Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil).
“Décadas de descompromisso dos entes públicos, boa parte em razão de componente ideológico supostamente humanista, garantista extremista, guindaram o Brasil ao patamar de liderança mundial em criminalidade violenta”, escreveram no documento.
Para os delegados, o Estado de insegurança vem subtraindo da população brasileira muito além da sua tranquilidade e qualidade de vida e sim a própria esperança na sorte do país.
Um milhão de criminosos
“A propósito, dessa omissão resultou uma estruturação no país de um verdadeiro estado paralelo criminoso, arrimado em facções e organizações criminosas por meio de atos análogos ao terrorismo”, avaliam.
Continua depois da publicidade
O cálculo deles é que uma minoria inferior a um milhão de criminosos tem colocado em xeque a segurança de 200 milhões de indivíduos de bem.
Ao final, cobraram investimentos em segurança pelo recém criado Ministério da Segurança Pública, aprovação do projeto de Lei Geral da Polícia Civil (PL 1.949/2007), qualificação de crimes no interior de domicílio, legislação para punir a utilização de vítima como escudo humano na prática conhecida como novo cangaço, entre outras medidas.
Índice de elucidação
A criação de um índice de elucidação das investigações é outro ponto aprovado. O instrumento visa a medir a eficiência das atividades da Polícia Civil.
– Trata-se da constante busca de excelência nos serviços buscados pela Polícia Civil de SC. Temos algumas aferições nesse sentido, mas não em todos os procedimentos – diz o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina e vice-presidente do CONCPC, Marcos Ghizoni.
Continua depois da publicidade
Há no Estado, por exemplo, divulgação do índice de apuração de autoria dos homicídios – o de 2018 está hoje em 46,4% dos 524 homicídios desde janeiro, conforme a Secretaria de Segurança Pública. No mesmo período do ano passado, o índice de apuração de autoria de homicídios era de 54,6% dos 628 homicídios.