Uma sequência pavorosa de atentados no dia da posse do novo secretário de Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, era o que ninguém esperava nesta terça-feira, em Florianópolis.
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O comando da Polícia Militar descartou rapidamente qualquer ligação com a mudança na secretaria. O setor de inteligência da corporação garante que criminosos promoveram os ataques para desviar o foco da polícia, cujas equipes montavam cerco para apreensão de armas no Morro do Mosquito.
O local foi palco de crimes bárbaros no ano passado e pelo jeito segue com movimentação criminosa a todo vapor. A PM recolheu quatro pistolas e um fuzil na região do Mosquito desde segunda-feira que pertenciam a uma facção de São Paulo.
O enfraquecimento teria levado rivais da facção de Santa Catarina na tentativa de ocupar o território, mas a PM agiu rapidamente e sufocou os bandidos, que para fugir ordenaram delitos em outras partes da cidade.
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O coronel Araújo Gomes, que assume o comando-geral na quinta-feira, monitorou pessoalmente a situação e garantiu que essa teria sido a motivação da empreitada criminosa. À noite, atiradores dispararam tiros contra a 5ª Delegacia de Polícia, na Trindade.
A sala de situação para crises foi ativada na PM, que reforçou policiamento especializado. O que chamou a atenção nos atentados, incluindo o tradicional método de queimar ônibus para aterrorizar, desta vez foram os incêndios contra veículos de passeio.
O alardeamento das facções está disseminando formas de provocar medo e tensão na Capital. Recentemente, criminosos fizeram tentativa de arrastão contra carros na Via Expressa, na entrada de Florianópolis. Na época, a polícia disse que os delitos também haviam sido para desviar o foco policial.
A causa de tudo isso todo mundo já sabe: tráfico de drogas e conflitos entre facções. Um cenário que se repete há pelo menos dois anos. Primeiro foi em Joinville e desde o ano passado está encravado em comunidades da Capital sem sinal de trégua.
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As autoridades, entre elas o governador em exercício Eduardo Pinho Moreira (PMDB), afirmaram durante a posse que são necessárias ações imediatas, além de união e parcerias contra o crime organizado. Reenergizar foi uma das palavras usadas por Pinho. A novela da vida real, com enredo sistemático de violência, infelizmente ainda não tem data para um capítulo final.