Tratamento dos agressores e educação nas escolas são as medidas que devem ser feitas para coibir os feminicídios.

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A conclusão é da desembargadora Salete Somariva, coordenadora da execução penal e da violência doméstica familiar contra a mulher no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

– Uma pessoa normal não vai entrar em uma clínica, encontrar a mulher de bruços, esfaquear ali da forma como esfaqueou. E saiu tranquilamente. Isso aí já denota que ele tem algum desvio – pensa a desembargadora.

Ela se refere a Delco Fagundes, 51 anos, preso em flagrante pelo assassinato da ex-mulher, Maria Aparecida de Pinho Fagundes, 50 anos. A vítima foi morta a golpes de canivete em uma maca quando fazia fisioterapia, em Santo Amaro da Imperatriz, na segunda-feira.

Depois do crime, o autor ficou na frente do estabelecimento, acendeu um cigarro e esperou a polícia chegar, conforme relato da Polícia Civil.

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"O que importa era matar"

Para a desembargadora, a reação de um ser humano seria fugir do local apavorado, "o que o autor desse crime não fez".

– Agiu como se a morte fosse o objetivo. O que importa era matar a mulher.

Somariva diz ter concluído que é necessário intensificar as abordagens e as ações para tratamento dos agressores e investir forte em educação nas escolas.

– Temos que incluir essa temática nos currículos escolares, intensificar os trabalhos com a rede de instituições e de proteção no Estado, além de tratar os agressores que demonstram psicopatia e problemas com álcool e drogas.

Denuncie e peça ajuda:

180 Central de Atendimento à Mulher

181 Polícia Civil

190 Polícia Militar

192 Samu

193 Bombeiros

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