Caberá ao Departamento de Administração Prisional (Deap) fiscalizar o uso da tornozeleira eletrônica a ser usada pelo traficante Sérgio de Souza, o Neném da Costeira.
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Ele obteve o benefício da saída temporária autorizada pela Justiça por sete dias. É a primeira vez que deixará a cadeia desde 2008, quando era tido como o maior traficante de Santa Catarina e foi preso no Paraguai.
O secretário da Justiça e Cidadania, Leandro Lima, afirmou nesta quinta-feira (6) que todos os procedimentos judiciais de acompanhamento de uso de tornozeleira eletrônica são monitorados 24 horas do dia por uma equipe do Deap, em Florianópolis.
Ele não quis comentar especificamente sobre o caso de Neném da Costeira, embora confirme que houve a autorização judicial. Perguntado em geral sobre esse tipo de liberação, Lima afirmou que defende maior endurecimento da legislação em alguns casos.
Bastidores
A saída de Neném agita os bastidores da Polícia Civil no Estado. Desde quarta-feira à noite, a informação da saída do traficante é compartilhada em redes internas entre os investigadores.
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Segundo policiais, consta que a decisão foi da juíza da execução penal da Penitenciária Sul de Criciúma, onde está preso, Débora Driwin Rieger Zanini. Ela afirma no despacho que “esta é a primeira saída temporária conferida ao reeducando, após anos e anos no sistema prisional” e determina o uso da tornozeleira eletrônica.
A reportagem ainda não conseguiu mais detalhes do processo com o Judiciário ou o Ministério Público em Criciúma.
Conexões internacionais
Neném tem condenações de cerca de 40 anos de prisão. No entanto, a saída temporária é um direito garantido em lei.
E não é simplesmente o tamanho da pena imposta que o torna um criminoso diferenciado. Nos anos 2000, o traficante figurou no meio policial como um barão da droga pela articulação internacional que tinha com narcotraficantes, além da violência por determinar execuções.
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Com o passar do tempo, no entanto, deixou de aparecer em complexas investigações policiais. Este motivo certamente foi levado em conta para que tivesse garantida a saída temporária.
Entre os anos em que passou em prisão federal, longe do Estado, Neném foi uma incógnita sobre o envolvimento em facções e quadrilhas.
Nunca houve confirmação de que tenha sido mesmo batizado por grupos criminosos de Santa Catarina, São Paulo ou até mesmo do Rio de Janeiro. Seus advogados sempre negaram que tivesse envolvimento com o crime organizado da cadeia.
Fuga da Deic
Vale lembrar que Sérgio de Souza também é especialista em fugir: em 2002 escapou da antiga sede da Deic, em Capoeiras, por um falso entregador de pizza.
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Policiais afirmam que Neném passou anos escondido no Paraguai em uma suposta relação de negócios com o megatraficante Jarvis Chimenes Pavão, este preso em 2010 e extraditado ao Brasil em dezembro de 2017.
Agora, só o tempo dirá se Neném cumprirá devidamente os dias estabelecidos pela Justiça na liberdade temporária e retornará para o cárcere, segundo determina a decisão judicial.