Intenso trabalho de tecnologia policial. Perícia. Dedicação. Integração. Esses são alguns dos pontos chaves que levaram a Polícia Civil a desvendar a chacina de Canasvieiras. O crime bárbaro contra cinco pessoas em um apart-hotel, em Florianópolis, foi no dia 5 de julho.

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Da data do fato à primeira prisão, na última sexta-feira, se passaram 36 dias. Um tempo, sem dúvida, relativamente curto para se esclarecer um caso policial desse porte e complexidade. Guardadas as proporções, basta uma comparação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, há cinco meses, e até agora impunes.

A Delegacia de Homicídios associou investigação policial com tecnologia e a chamada campana (diligência de campo). Redes sociais, por exemplo, foram fundamentais. Importantíssimas também foram a coleta e análise de material feitas pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Ao final, a forte integração com policiais civis gaúchos e setores de inteligência dos Estados na prisão de um dos envolvidos em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, na sexta-feira.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Marcos Ghizoni, um dos autores dos assassinatos trabalhou para um dos familiares mortos e afirma ter levado um calote de cerca de R$ 40 mil em dívidas que foram se acumulando. Conforme Ghizoni, um dos autores confessou os crimes.

Outro detalhe: os três autores (um segue foragido) renderam as cinco pessoas com apenas uma arma, ainda não localizada. Por enquanto, a polícia acredita que não foi mesmo crime ligado à facção criminosa (foram deixados dizeres de facção no apart-hotel). Um carro da família levado do local ainda não foi localizado.

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As amarras das vítimas e as mortes por asfixia teriam sido pensadas por um dos criminosos a partir de séries de filmes as quais costumava assistir. O enredo, os passos da polícia e os bastidores transformam o caso, naturalmente, em um dos principais da crônica policial da história de Florianópolis.

– O importante é que a resposta foi dada. É um caso tenebroso – resume o delegado-geral da Polícia Civil.

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