Prós e contras permeiam a eventual extinção da Secretaria de Segurança Pública. O modelo já anunciado pelo Rio de Janeiro para 2019 é cogitado para o governo de Carlos Moisés (PSL) em Santa Catarina. O plano seria dar autonomia de gestão às polícias Civil e Militar.
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Fontes ouvidas afirmam que estaria em formação uma espécie de grupo gestor compartilhado. Assim, os comandos tratariam diretamente com o governador sem a figura de um secretário de Segurança. Por enquanto, apenas o nome de Paulo Koerich foi anunciado para a Delegacia Geral da Polícia Civil.
Perguntas no ar:
Em eventual crise entre as polícias, algo real nos últimos anos, quem colocaria a casa em ordem? Lembrando que o governador eleito é coronel da reserva dos bombeiros.
Em reuniões no ministério da Justiça, em Brasília, quem seria o enviado de Santa Catarina para representar a segurança pública e tratar de temas importantes com Sérgio Moro? O próprio governador?
Integração
É verdade que egos, vaidades, divisões ou correntes ideológicas devem ficar de lado no combate à criminalidade. Não se espera menos que uma forte integração geral, principalmente dos setores de inteligência. Bastam de ações de aparência!
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Nesse ponto, vale um reforço para a necessidade de incluir nas discussões as Guardas Municipais, embora elas sejam de competência das prefeituras. Na região de Balneário Camboriú, por exemplo, fatos recentes colocaram as corporações em lados opostos. Um verdadeiro cabo de força e desconexão ao que a sociedade quer ver.
Aspectos positivos
Quanto aos aspectos positivos da possibilidade de fim da pasta da Segurança, eis alguns de bastidores: maior poder de decisão e de gestão financeira às polícias, enxugamento e corte de cargos comissionados ou de indicações políticas na área. Seja qual for a opção, dependerá de envolvimento permanente do futuro governador.
Futuro do sistema prisional
Enquanto se agitam as movimentações na Segurança, um clima de silêncio sobre o futuro da Secretaria da Justiça e Cidadania. Há quem veja chance de manutenção da equipe com o comando do atual secretário, o agente Leandro Lima.
Na estrutura está subordinado o Departamento de Administração Prisional (Deap), de fundamental importância contra a criminalidade em Santa Catarina, pois aqui temos facções criminosas. Elas são as principais responsáveis pela violência no Estado e os chefes estão nos presídios.
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Recentes investigações da Polícia Civil reforçaram a existência da prática criminosa de dentro do cárcere com comparsas das ruas. A Operação Intramuros demonstrou que detentos de Palhoça e São Pedro de Alcântara articulavam rede de delitos para a organização criminosa durante saídas temporárias autorizadas pela Justiça.