Santa Catarina era o Estado preferido de ação da quadrilha desarticulada em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, com bens apreendidos que ultrapassam R$ 2,5 milhões.
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A Operação Pólis foi desencadeada no sábado. Estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa são os crimes apurados. Os principais golpistas seriam integrantes de várias gerações de uma mesma família no município gaúcho.
– Santa Catarina é o lugar preferido deles. Viajavam com grande frequência. Agiram muito forte na Grande Florianópolis, na região de Joinville, Blumenau, Balneário Camboriú e litoral – afirma o delegado Diogo Ferreira, da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas de Passo Fundo (Defrec).
O delegado afirma que os golpistas viajavam para Santa Catarina, aplicavam os golpes e retornavam a Passo Fundo.
Esta foi considerada a maior operação policial contra o bando. Surgiu em 2015 a partir da constante procura de policiais de outras cidades e Estados atrás de informações e fotos dos suspeitos gaúchos.
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Policiais civis cumpriram 127 ordens judiciais de busca. Foram apreendidos mais de 70 carros, 18 motos, dois barcos, dois Jet-skis, um caminhão e jóias, além de R$ 41 mil e três mil dólares.
– A nossa ação agora foi para descapitalizar a quadrilha – ressaltou o delegado.
No começo da apuração, a Polícia Civil constatou que veículos envolvidos no conto do bilhete estariam sendo utilizados em Passo Fundo com placas de outros municípios.
A polícia gaúcha afirma que Passo Fundo é conhecida nacionalmente como berço e escola desse tipo de crime. O grupo investigado agia também no Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Os investigados remetiam os valores para contas de parentes ou laranjas em Passo Fundo, movimentavam altos valores em imóveis e veículos de luxo, joias e festas caras.
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"Vítimas em áreas centrais"
O golpe do bilhete costuma arrasar vítimas. Em Santa Catarina, nos últimos anos houve grande número de vítimas, principalmente pessoas com mais de 60 anos.
A Deic catarinense fez ao menos duas grandes operações. Na época, os criminosos eram justamente golpistas de Passo Fundo, a 537 quilômetros de Florianópolis.
A principal modalidade aplicada do golpe era a abordagem em áreas centrais e próximas a bancos, quando golpistas pediam ajuda às vítimas para trocar o suposto bilhete premiado.