O sentimento de luto bateu na Polícia Militar catarinense. Quatro mortes de policiais em março é uma marca terrível. Dor, apreensão, preocupação e uma sensação permanente de alerta para não se transformar em vítima tomam conta dos profissionais da segurança. Em 2017, morreram no Brasil 520 policiais.

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O aluno cabo Rafael Massoco, 37 anos, trabalhava em uma operação de vigilância contra o crime nas divisas e fronteiras. Sua missão: dar segurança na embarcação aos colegas PMs pelas águas da usina Machadinho, em Piratuba, Meio-Oeste. O barco acabou colidindo. Rafael, sem colete salva-vidas, morreu por afogamento.

Robson Mendonça de Lima 36 anos, cabo da PM, pilotava uma moto da corporação para dar apoio em uma ocorrência, em Tubarão. No caminho, foi atingido por uma caminhonete em um acidente de trânsito. Faleceu após ficar 15 dias internado.

O sargento Claudecir Barrionuevo, 44 anos, estava de folga em um almoço de domingo com o irmão, em Chapecó. Ao ter o carro roubado, perseguiu os criminosos a pé e tentou fazer a prisão dos autores. Terminou baleado e morreu no local.

E a mais recente perda, na última segunda-feira à noite: a soldado Caroline Pletsch, 32 anos. De férias com o marido, o também policial militar Marcos Paulo da Cruz, Caroline foi assassinada a tiros em um assalto a uma pizzaria de Natal, no Rio Grande do Norte. Os assaltantes teriam desconfiado que Marcos era policial e decidiram matá-los. O sargento foi baleado e sobreviveu. Caroline não resistiu.

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Fatalidade, ação de facções criminosas ou de bandidos que agem pela sensação de impunidade. Seja qual for a razão, é de se lamentar o atual quadro em que a sociedade em geral está sujeita. Nem os próprios policiais escapam. Pior: são reféns 24 horas da profissão que escolheram.

Um quadro devastador abala familiares, grandes órfãos da criminalidade. Filhos, esposas, maridos, pais e mães obrigados a carregar o peso da ausência pelo resto da vida. A maioria convive com dificuldades psicológicas e financeiras. Em Santa Catarina, há relatos de familiares de policiais mortos com dificuldades da burocracia previdenciária. Convivem com longos recursos para obter conquistas judiciais por causa da legislação que nos últimos retirou percentuais das pensões. Ao invés da valorização, uma luta sem fim.

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