Algumas propostas dos candidatos ao governo de Santa Catarina, independentemente de quem for eleito, terão de ser concretizadas quase que obrigatoriamente. É o caso das contratações de policiais. Elas se impõem como necessidade diante do histórico déficit de efetivo e das aposentadorias a cada ano nas polícias Militar e Civil.
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Outras medidas lançadas em debate geram polêmica, discórdia. Mas também trazem uma unanimidade: é preciso ter planejamento de combate à criminalidade e não apenas concentrar esforços nos momentos de crises como as terríveis ondas de atentados nas ruas.
Para conferir
Eis algumas delas para conferir e acompanhar desdobramentos, seja quem for o novo governador:
Contratação de cinco mil policiais militares da reserva; criação do sistema único de segurança pública de Santa Catarina; digitalização do Detran; desativação da penitenciária da Capital; atuação preventiva nas comunidades vulneráveis; monitoramento dos 336 acessos de fronteiras; fiscalização em portos e aeroclubes; investimentos pesados em tecnologia.
Entre especialistas e críticos que acompanham o cenário, o pensamento é que os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas podem se aprofundar no tema.
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Ou seja, discutir quais serão as metas em políticas públicas que envolvem por exemplo, educação, ações sociais, emprego e as comunidades vulneráveis das maiores cidades. Garantir de onde sairão os recursos – se é que eles existirão – para os pesados investimentos permanentes em tecnologia.
O que defendem os candidatos
Gelson Merísio (PSD) tem feito o maior número de proposições na área, promessas e polêmicas. Na mais recente, disse que vai tirar o Detran da idade da pedra, provocando reações até dentro da Secretaria de Segurança Pública.
Mauro Mariani (MDB) tem evitado grandes promessas no setor e dá a entender que poderá se beneficiar do momento atual de queda da criminalidade, com gestores que já estão nos comandos – as trocas aconteceram em fevereiro, quando o seu partido assumiu o governo.
Já Décio Lima (PT) tem apostado forças na unificação de medidas como o sistema único de segurança e garante que fortalecerá trabalhos preventivos.
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Clima de retração
Nas últimas semanas, os bastidores da segurança pública foram de uma espécie de retração. Muito por especulações, dúvidas e o tradicional receio de mudanças pela frente. As ações realizadas têm sido pontuais, embora possam ser embrião como a presença da PM nas áreas críticas de Florianópolis.
O caminho natural que se espera, conforme a tendência nacional, é a aposta em ocupantes técnicos e não políticos para postos chaves dos comandos na segurança. Conhecimentos operacionais macros, disposição em não se acomodar nem aceitar banalizações de crimes ou ondas de violência, integração total e transparência do que está sendo feito são alguns pontos que devem prevalecer no interesse público.