Após as operações “abafa” em regiões conflagradas e um trimestre de redução de 19,5% nos homicídios, o plano da Segurança Pública contra o crescimento da violência começa a mirar as políticas sociais. As ações com jovens são tidas por especialistas como a principal medida para diminuir a criminalidade e o recrutamento por facções criminosas.

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A largada une as secretarias de Segurança e Assistência Social e a prefeitura em Florianópolis com adolescentes do norte da Ilha. A área é uma das mais afetadas pelo crime organizado e os índices de assassinatos. Crimes bárbaros foram registrados nos últimos anos.

A mobilização abrange a Polícia Civil (Acadepol), as secretarias de Segurança, Assistência Social, instituto Padre Vilson Groh e o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Foram selecionados 30 adolescentes entre 13 anos e 17 anos.

Eles terão atividades esportivas, culturais e dinâmicas na Acadepol. Na segunda-feira, tiveram conversas iniciais e souberam mais sobre o trabalho feito com cães farejadores. A duração será de dois meses e foi nominada pela prefeitura de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos.

– A partir da melhora da situação em alguns locais entramos agora com a assistência social. Será por região depois da análise de risco pela inteligência, pois o crime organizado também se movimenta – disse o secretário da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior.

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O mapeamento, ressalta Alceu, prevê a iniciativa depois no sul da Ilha e Maciço do Morro do Cruz. A região Continental, uma das mais problemáticas da violência, ainda não está no cronograma e o quadro de ação segue sendo realizado pelas polícias.

O Estado planeja em seguida começar projetos em Joinville. No mês passado, foram feitas reuniões entre as secretarias e a prefeitura.

“Continuidade e participação”, diz Conseg

A iniciativa social no norte da Ilha é destacada como positiva pela presidente do Conselho de Segurança da Bacia do Itacorubi e da Associação dos Consegs da Capital, Ana Cláudia Caldas. Para ela, a continuidade dos trabalhos é essencial.

– Houve diminuição de 40% dos homicídios do norte da Ilha com as operações. Agora puxar outras secretarias junto da causa social é perfeito, essencial, mas deve ter continuidade para que o jovem não fique a mercê depois disso – alerta Ana, destacando o papel da sociedade de participar com soluções e não apenas com reivindicações.

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Defensora das ações sociais nos últimos anos, a Ordem dos Advogados do Brasil em SC (OAB) valorizou a iniciativa da Segurança:

– Muito boa. Ajudará a auxiliar no enfrentamento a longo prazo, seja com lazer, parte social, cultural, educação e esporte. O ideal é que alcance todo o Estado – afirma o conselheiro da OAB/SC, Leonardo Pereima.

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