Com o legado das manifestações de 2013, a Polícia Militar discute as operações pela tropa de Choque no Brasil. As mudanças nos distúrbios a partir das redes sociais e da internet figuram como desafios, além da tradicional polêmica sobre o uso ou não da força para o controle.

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Policiais militares, especialistas de todo o País e representantes de países como França e Portugal, abordam o assunto em Florianópolis, no 1º congresso internacional de operações de Choque.

O evento vai até quarta-feira no centro de convenções Luiz Henrique da Silveira, em Canasvieiras. Há uma feira no local com equipamentos de ponta de empresas privadas.

"Legitimidade"

A palestra de abertura foi do comandante-geral da PM de Santa Catarina, coronel Araújo Gomes. Ele afirmou que sairá realizado se ao final do congresso houver uma doutrina nacional em torno das operações de choque.

– A tropa de choque é como um bisturi. Quando empregada deve contribuir com efetividade e legitimidade – afirmou.

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Desafios para reduzir tensão e violência

O comandante ressaltou os desafios diante dos conflitos e a capacidade das polícias em lidarem para reduzir a tensão e a violência.

Segundo ele, as recomendações são facilitar as manifestações públicas e pacíficas, protegê-las de infiltrados violentos, dialogar, usar a força policial para fins legítimos e não apenas para dispersar, entre outros pontos.

Araújo Gomes discorreu sobre as mudanças de movimentos como o fato de não terem lideranças. Exemplificou com casos de manifestações de grevistas no final dos anos 1980, o passe livre nos anos 2000, os nacionais de 2013 agravados pelos black blocs, os conflitos agrários e a recente paralisação dos caminhoneiros.

O representante de Portugal, Jorge Manoel, destacou a chance de a partir das discussões as polícias militares atuarem em conjunto, a possibilidade de abranger boas práticas e futuras parcerias de formação.

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“No Brasil não há tantas, mas quando tem são importantes”

Filipe Joaquim, capitão que atua na embaixada da França em Brasília, dará palestra na quarta-feira. A apresentação é uma das mais esperadas diante da onda atual de protestos violentos naquele país pelos “coletes amarelos”.

O oficial contou que abordará o modelo francês, a tradição de atuações nos distúrbios e as novas situações.

Sobre o Brasil, considera ainda em número pequeno a realização de manifestações, “e nem sempre com fins políticos, mas quando acontecem são importantes”.

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