A Operação Conexão da Deic prendeu 53 pessoas nesta terça-feira em Santa Catarina suspeitas de agirem para a facção criada nas cadeias do Estado. Destas, 30 já estavam recolhidas no sistema prisional, onde articulavam crimes e se comunicavam com comparsas. Os outros 23 foram capturados hoje. Ao todo, foram expedidos 70 mandados de prisão.
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A investigação é da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Deic, um grupo de policiais que apura especificamente delitos relacionados às facções. Os mais de 200 policiais envolvidos atuaram em dez cidades para cumprir as ordens judiciais, principalmente em Florianópolis, Joinville, Blumenau e Lages.
Também houve buscas em Gaspar, Palhoça, São José, Águas Mornas, Penha e Corupá.
– Mais uma vez, com o perdão da palavra, é uma paulada da Polícia Civil. É mais uma grande enfraquecida na disputa territorial de grupos criminosos e domínio do tráfico de drogas – destacou o diretor da Deic, delegado Anselmo Cruz.
A polícia afirma que, novamente, lideranças do bando agiam de dentro de unidades prisionais. Entre elas, cadeias em Florianópolis e a penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Alguns dos investigados acabaram sendo presos durante a apuração da Deic por outros crimes.
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Conexões com outros Estados e países
Responsável pela investigação, o delegado titular da Draco, Antônio Joca, afirmou que entre os 70 alvos há traficantes conhecidos da polícia. Alguns, ressaltou, foram alvo da Operação Pequeno Príncipe, em 2012. Um deles é conhecido como Reto e irmão de um grande traficante preso na época – os presos de hoje não foram apresentados à imprensa.
– Tinham conexões com outros Estados e com o tráfico internacional. Acredito que 90% dos investigados agora deverão ser indiciados também por tráfico de drogas – ressaltou o delegado Joca.
A polícia disse que, por enquanto, não há envolvimento desses presos nas quatro mortes registradas no fim de semana na favela do Siri, norte da Ilha, na Capital.
Entrada de chips em presídios
Policiais da Deic e o próprio secretário de Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, disseram na entrevista coletiva que a comunicação de presos e comparsas das ruas tem sido também por microchips, além dos telefones celulares.
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Para o secretário, a Operação Conexão foi mais uma resposta do Estado no enfrentamento à criminalidade.
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Ghizoni, assinalou a importância da investigação para evitar novos crimes.
– Quantos delitos deixam de ser praticados com essas prisões – enalteceu.