Abominável a cena relatada de farristas atirando rojões e fogos contra policiais militares, no Rio Tavares, em Florianópolis, no domingo de Páscoa. Por mais que tenha havido alerta e prevenção, a semana Santa mais uma vez teve a prática no litoral, com tumultos e prisões.

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Números divulgados nesta segunda-feira pela Polícia Militar mostram que as ocorrências confirmadas de farra do boi cresceram 23% este ano em Santa Catarina, na comparação com dados de 2017. Florianópolis e Governador Celso Ramos lideraram os casos.

Ao todo, foram 117 ocorrências geradas à PM, sendo 27 confirmadas. A PM deteve 14 pessoas e apreendeu 21 bois. Houve confronto em seis chamados. Vale ressaltar ainda que em março um homem de 37 anos morreu ferido por um boi em Governador Celso Ramos.

Nas redes sociais, houve intensa atuação de ativistas para denunciar em tempo real as práticas. Houve também elogios à PM pela rapidez e mobilização nos casos.

Os episódios demonstraram novamente a triste realidade catarinense que infelizmente ainda está longe de acabar. Novas iniciativas são necessárias, além do reforço das campanhas de prevenção no litoral e das atividades educacionais com estudantes.

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A continuidade do crime ambiental ressalta que as autoridades devem fortalecer apurações mais complexas. Ou seja, identificar e incriminar organizadores e patrocinadores para que respondam judicialmente. Vale relembrar a denúncia feita ao Jornal do Almoço pela advogada Maria Helena Machado, presidente da comissão de direito dos animais da OAB/SC, de que "bois são doados por políticos, comerciantes e até por traficantes".

Importante não deixar passar batido: o histórico das incidências revela que em algumas regiões farristas costumam soltar o boi depois da semana Santa. A tentativa, desta forma, é evitar denúncias e cercos policiais.

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