O Fantástico exibiu domingo reportagem sobre como a mexicana Ciudad Juárez, que já foi a cidade mais violenta do mundo, reduziu significativamente a criminalidade. A matéria é da catarinense Sônia Bridi e de Paulo Zero.

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Há vários ensinamentos práticos de lá que tanto especialistas daqui batem para, por exemplo, romper a escalada dos homicídios. Eis alguns principais: investimentos sociais, revitalização dos bairros conflagrados, limpeza, iluminação, construção de quadras esportivas, arte e cidadania.

No México, houve vontade política, priorização de recursos a partir da constatação que sangue de inocentes estava sendo derramado em meio à guerra entre dois cartéis poderosos pelo tráfico de drogas. Um ponto atacado de forma firme: a corrupção policial.

Agora, voltemos a realidade catarinense. Florianópolis e Joinville, só para tomarmos como dois exemplos, estão no meio de confronto de duas facções criminosas há pelo menos dois anos. Elas brigam por espaço no território do tráfico. Houve centenas de assassinatos, a maioria de jovens, mas inocentes também morreram neste contexto.

Um novo exemplo local: a comunidade Papaquara, no norte da Ilha de Santa Catarina, na Capital. Ali, há uns 15 anos a realidade de invasão colada ao rio foi se dilacerando. Sem a presença estatal ou municipal, criminosos tomaram conta. Muitos vieram de fora, expulsando pessoas e amedrontando moradores de bem sob as leis das armas e das ameaças.

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A Papaquara é onde foi morta a turista gaúcha Daniela Scotto de Oliveira, 38 anos, na madrugada de Réveillon de 2017. Na última sexta-feira, um ano e quatro meses depois do crime, o jovem que atirou nela morreu em confronto com policiais militares, na própria Papaquara.

Em 2017, ao ser identificado pela polícia, ele era adolescente e foi apreendido. O rapaz não ficou internado os três anos de limite máximo, conforme prevê a legislação. Voltou para as ruas e acabou sem a própria vida neste ciclo criminoso que geralmente só termina desta forma.

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