Com três salvas de tiros na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, a leitura dos nomes e a soltura de balões em formato de estrelas, a Polícia Militar homenageou nove policiais militares de Santa Catarina mortos nos últimos cinco anos.
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Realizada na manhã desta quarta-feira junto ao bolsão onde está o monumento do sesquicentenário da instituição, a solenidade também foi marcada pela entrega da medalha Mérito da Cruz de Bravura. Ao todo, serão 92 medalhas concedidas, mas nem todos os homenageados estiveram no ato. Eles ganharam a distinção em razão de ter ficado comprovado o risco de vida.
Entre os casos, o de dois policiais que resgataram um morador que passava mal durante enxurrada em Nova Veneza, em 2014; o de um policial de Balneário Camboriú que salvou três pessoas e mais um PM de afogamento no mar, em 2005; e o de dois policiais que evitaram o suicídio de um homem que pretendia se atirar do terceiro andar de um prédio em Brusque, em 2016.
O coronel da reserva, Fred Harry Schauffert, fez o discurso de homenagem aos policiais mortos. Descreveu o atual momento da sociedade como uma "guerra social não declarada, mas instalada". O capelão da PM, Valdemar Groh, também falou aos presentes:
– A alegria do reencontro é incomparável à tristeza da partida.
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“Jamais sejam por nós esquecidos”, dizia uma faixa feita pela PM, em alusão aos PMs falecidos no trabalho ou mortos em razão de serem policiais. Uma coroa de flores foi colocada no monumento pelo secretário da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, e o comandante-geral da PM, coronel Araújo Gomes. A banda da PM também se apresentou.
“Estamos pagando o preço”, lamenta comandante-geral
Para o coronel Araújo Gomes, o número de policiais mortos está crescendo no Brasil, em um quadro de maior hostilidade e violência do crime à categoria.
– Estamos pagando o preço por sermos linha de frente – lamentou Gomes.
Apenas em março, quatro PMs catarinenses morreram. O cabo Rafael Massoco, 37 anos, trabalhava em uma operação de vigilância contra o crime nas divisas e fronteiras. Sua missão: dar segurança na embarcação aos colegas PMs pelas águas da usina Machadinho, em Piratuba, Meio-Oeste. O barco acabou colidindo. Rafael, sem colete salva-vidas, morreu por afogamento.
Robson Mendonça de Lima 36 anos, cabo da PM, pilotava uma moto da corporação para dar apoio em uma ocorrência, em Tubarão. No caminho, foi atingido por uma caminhonete em um acidente de trânsito. Faleceu após ficar 15 dias internado.
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O sargento Claudecir Barrionuevo, 44 anos, estava de folga em um almoço de domingo com o irmão, em Chapecó. Ao ter o carro roubado, perseguiu os criminosos a pé e tentou fazer a prisão dos autores. Terminou baleado e morreu no local.
E a mais recente perda: a soldado Caroline Pletsch, 32 anos. De férias com o marido, o também policial militar Marcos Paulo da Cruz, Caroline foi assassinada a tiros em um assalto a uma pizzaria de Natal, no Rio Grande do Norte. Os assaltantes teriam desconfiado que Marcos era policial e decidiram matá-los. O sargento foi baleado e sobreviveu.
PMs mortos nos últimos cinco anos foram homenageados:
3º SARGENTO MARCO ANTONIO CARDOSO (03 SET 2013)
2º SARGENTO JOSE ANTONIO DOS REIS (05 SET 2013)
CABO JOSE NEURI ANTUNES DE MORAES (26 FEV 2014)
CABO VINÍCIUS ALEXANDRE GONÇALVES (16 SET 2016)
CABO DANIEL LEITE (23 OUT 2016)
CABO RAFAEL BIASUS MASSOCO (01 MAR 18)
3º SARGENTO CLAUDECIR BARRIONUEVO (18 MAR 18)
CABO ROBSON MENDONÇA DE LIMA (26 MAR 18);
SOLDADO CAROLINE PLETSCH (26 MAR 18)
Fonte: PM/SC.