Após 10 assaltantes de bancos serem mortos pela polícia em duas operações no vizinho Estado do Rio Grande do Sul, o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, decretou: “É necessário mostrar aos criminosos que o medo não pode ser do cidadão comum”.
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Em Florianópolis, ao comentar o crescimento de 34% do número de mortes de suspeitos em confrontos, o comandante da PM catarinense, coronel Araújo Gomes, foi taxativo: “A letalidade policial não é uma escolha, mas se for necessário vai continuar acontecendo”.
Em Santa Catarina, já houve 91 mortes em intervenções policiais este ano, segundo dados da Secretaria de Segurança. Não há dúvida: o clima de mocinho x bandido está a todo vapor. Há uma pressão da sociedade cada dia mais voraz.
Impossível que não haja tensão nas ruas e pressão por resultados nos gestores. Some-se a isso o destemor dos bandidos, o poder de fogo das quadrilhas e a audácia nos crimes.
Risco a inocentes
Se o aparato estatal mostra força, o resultado também pode ser desastroso: o tombamento de algum inocente. Casos assim se espalham pelo País, principalmente de reféns como aconteceu tragicamente na sexta-feira, no Ceará. No RS, um bancário morreu.
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Nas ruas, há uma delinquência impiedosa. Nas cadeias, prisões abarrotadas, facções instaladas em escritórios do crime. Ao falar sobre a Operação Encarcerados, o promotor Alessandro Rodrigo Argenta, declarou que a investigação grampeou quatro mil horas de conversas criminosas das cadeias. Quatro mil horas! Detentos deliberavam, entre outros assuntos, sobre mortes e tortura.
Hoje em dia, talvez seja mais seguro para o criminoso estar encarcerado.
Queda de 20% nos homicídios
Em Santa Catarina, após anos de recordes de assassinatos, os homicídios caíram 20% em 2018 (até novembro). Há uma sensação que as polícias estão mais presentes, embora a letalidade policial esteja aumentando.
Com a chegada da temporada, o desafio será ainda maior. Dezembro costuma ser um mês fervoroso. Riscos de assaltos crescem com o giro alto de dinheiro.
Gestão compartilhada na Segurança
Já a partir de janeiro, o Estado começará a experiência inédita de uma Secretaria de Segurança Pública sem secretário fixo. O governo de Carlos Moisés aplicará uma gestão compartilhada formada por um conselho entre as polícias Civil e Militar, Bombeiros e Instituto Geral de Perícias.
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Ainda falta clareza a respeito. Na própria segurança, servidores desconhecem como será o futuro do comando da área. Quem estreará primeiro a frente do rodízio das instituições nos 12 meses iniciais? Qual será o tamanho da mudança na prática e o poder da caneta do grupo gestor?
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