Policiais civis da Deic fizeram uma operação no Presídio Regional de Joinville na manhã desta quarta-feira. A missão: desarticular “lojinhas” do tráfico de drogas instaladas em galerias do estabelecimento prisional. Eram vendidos cocaína, maconha e LSD.

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A investigação foi coordenada pela Divisão de Combate a Narcóticos (Denarc) da Deic, chefiada pelo delegado Attilio Guaspari Filho.

Foram cumpridos mandados judiciais no local e em outros endereços. Nove pessoas foram presas, sendo duas no presídio.

Além dos detentos, segundo a Polícia Civil, familiares estão por trás do negócio ilícito: forneciam contas bancárias para que fossem realizados depósitos da venda da droga.

Crime do cárcere

Este é mais um capítulo de uma série de problemas apontados por policiais na cadeia de Joinville.

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Na quarta-feira passada (14), ao prender lideranças da facção de Santa Catarina na região, a Deic afirmou que sete dos 21 investigados seguiam atuando no crime mesmo trancafiados em estabelecimentos prisionais.

Ou seja, atuavam em delitos de dentro do cárcere a partir da comunicação com comparsas das ruas.

"Presos completamente alterados"

Entrevista: Attilio Guaspari Filho, delegado da Deic

Como a polícia descobriu o tráfico dentro do presídio?

Conseguimos interceptar alguns bilhetes que continham nomes, contas bancárias e diversos depósitos que estavam sendo feitos. Nesse bilhete estava assim “lojinha do pó”, “galeria…” Tudo dentro do presídio de Joinville onde foram apreendidos bilhetes. Foram feitas quebras de sigilo bancário e outras medidas. Conseguimos identificar várias pessoas, parentes, mães ou namoradas de presos da facção.

Como funcionava?

As pessoas entravam com droga no presídio, o traficante recebia e aparecia quem queria comprar. O comércio funcionava em três bocas de fumo no presídio, pelo menos.

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Quais as drogas?

Maconha, cocaína, LSD. É bom ressaltar que volta e meia a gente via que presos tomavam LSD dentro do presídio e ficavam completamente alterados. Verificamos inclusive que mães estavam cientes que era dinheiro de drogas e havia namoradas vendendo drogas fora do presídio.

Conseguiram descobrir como a droga entrava no presídio?

Sim. A droga entrava no presídio pelas namoradas dos presos, inclusive a gente tem documentado. Elas embrulhavam não só a droga como celular de uma forma que não passava pelo detector de metais.

O Deap auxiliou?

O Deap (Departamento de Administração Prisional) ajudou a gente. Os presos vão ser autuados por tráfico e organização criminosa.

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