A Justiça catarinense condenou por organização criminosa 14 pessoas que atuavam como mensageiras do crime. Elas agiam para lideranças de uma facção catarinense reclusas no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
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A condenação confirma que havia um tráfego de informações entre comparsas nas ruas e os chefes do bando. Apreensões demonstraram que isso acontecia em visitas íntimas e até mesmo no parlatório por meio de bilhetes e chips.
Com 53 páginas, a sentença é da juíza Luciana Pelisser Gottardi Trentini, da Unidade de Apurações de Crimes Praticados por Organizações Criminosas, em Florianópolis. Sete homens e sete mulheres foram condenados. As penas variam de cinco a oito anos de reclusão por organização criminosa e totalizam 87 anos de prisão, conforme divulgou a Polícia Civil esta semana. Os réus ainda podem recorrer no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Em 2016, a Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificou na Operação Íris pessoas que eram elo de comunicação entre integrantes da facção em SC com os líderes na prisão federal de Mossoró. Houve apoio de policiais civis do Ceará e do Rio Grande do Norte. Mulheres constituíam as principais mensageiras e mantinham uma casa de apoio à facção em Mossoró.
O conteúdo da apuração revelou que nem mesmo uma prisão federal de segurança máxima estava imune à comunicação entre bandidos. Nos últimos anos, houve impasse entre autoridades catarinenses e do Ministério da Justiça em torno dessa possibilidade. Em 2014, a polícia declarou que ordens para ataques nas ruas do Estado haviam partido de presos que estavam em Mossoró. Na época, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que isso fosse possível. Chefes da facção catarinense ainda permanecem recolhidos em presídios federais.
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