Pode ser sofisticada, danosa, inescrupulosa em propina e lucro ilegal. Também pode ser violenta, armada e com derramamento de sangue.
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Esta semana que passou, Santa Catarina recebeu personagens do front nacional no embate contra organizações criminosas. Sejam elas do colarinho branco, aparentemente inofensivas, sejam elas violentas, que aterrorizam e matam.
O juiz Sérgio Moro talvez tenha sido o mais prestigiado, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O magistrado da Lava Jato trouxe várias frases conhecidas, mas emblemáticas que merecem atenção:
“O Judiciário não deve se comportar como guardião de segredos sombrios de governantes. Ninguém está acima da lei. Como chegamos a esse nível de degradação de corrupção e como sair?”, refletiu o juiz federal.
Rodrigo Colaço, presidente do Tribunal de Justiça, e Sandro Neis, procurador-geral de Justiça, até parece que combinaram a fala aos jornalistas. Foram enfáticos naquilo que as forças do Estado devem se concentrar:
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“Precisamos combater não apenas o crime organizado das ruas, da violência, mas também o vindo das organizações públicas e privadas”, defenderam.
Lincoln Gakiya, promotor de São Paulo, tido como a principal autoridade brasileira em investigação da maior facção criminosa do País, esteve na Universidade Federal de Santa Catarina, em seminário sobre tecnologia em segurança.
Trouxe números astronômicos do bando comparado a uma multinacional que ambiciona portos catarinenses para escoar cocaína. Mais uma vez, alertou sobre a necessidade de investigação permanente. Mesmo em tempos de calmaria.
“Eles movimentam milhões todo mês. Se quiserem poderiam parar São Paulo, o País e países da América do Sul tamanha é a organização”, acredita Lincoln.
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Com 24 anos de profissão, o delegado Anselmo Cruz, diretor da Deic, talvez tenha sido o mais sincero ao trazer reflexões no mesmo evento:
“Faltam recursos. Daria para se fazer muito mais. Com essas mesmas políticas de enfrentamento, vamos resolver as facções e o tráfico de drogas?”, questionou.
Um ato corajoso teve o major Diego Marzo Costa, subcomandante do 21º Batalhão da Polícia Militar, em Florianópolis, ao exibir na UFSC trechos de vídeos com cenas terríveis pelo estado islâmico e de facções criminosas que atuam em Santa Catarina.
Ao mesmo tempo em que estão distantes uma da outra, elas têm um propósito trágico semelhante: aterrorizar.
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Para finalizar, a reflexão sobre redes sociais e a internet. Grupos criminosos passaram a utilizar cada vez mais o ambiente para tramar crimes, se organizar, disseminar mensagens ideológicas perigosas e aplicar golpes. A polícia não pode ficar para trás diante da velocidade do crime.
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