Nos altos e baixos da criminalidade em Florianópolis, a população corre um sério risco de ter de conviver com a sua linha vermelha na Via Expressa (BR-282), a principal entrada e saída da Capital catarinense. Tiros, perseguições, carros incendiados, barricadas e chance de balas perdidas são realidade.
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Guardadas as proporções com a via estadual do Rio de Janeiro marcada por intensos tiroteios e assaltos, aqui criminosos também levam medo aos motoristas. Já tivemos cenas de pessoas voltando na contramão assustadas e até de disparos acertando inocentes ao longo dos anos.
Na noite de segunda-feira, por volta das 22h, houve tentativa de arrastão por cinco homens armados andando a pé na via. Eles trocaram tiros com a Polícia Rodoviária Federal, que agiu rápido e evitou o pior. Depois, bandidos incendiaram um veículo num viaduto embaixo da rodovia.
Na mesma noite, mais cedo, moradores do Continente relataram terem ouvido série de tiros de fuzil. As informações oficiais são que houve confronto entre criminosos e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Maloca, comunidade nas margens da Via Expressa, pertinho do complexo da Secretaria de Segurança. O Bope apreendeu cocaína, munição e rádios comunicadores e prendeu um homem no local. Bandidos também atiraram contra o 63º Batalhão de Infantaria do Exército, no Estreito.
O que mais assusta, além da possibilidade de inocentes serem alvo de tiros, é a sensação de aumento do domínio de traficantes violentos nas margens da Via Expressa e no Continente em geral. O Monte Cristo, que concentra comunidades como Chico Mendes e Novo Horizonte, é conhecido entre policiais como Faixa de Gaza tamanha a freqüência de disparos.
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Enquanto não houver uma eficiente e contínua ação para levar políticas públicas a esses territórios que circundam a Via Expressa não teremos solução a curto ou médio prazo. Especialistas apontam a necessidade de serviços, emprego, mobilizações sociais, saúde, cidadania, lazer e ocupação policial permanente em paralelo, algo que não se vê hoje na região.
– O que tivemos ontem foram tentativas de uma facção criminosa de desviar a atenção da PM, não se teve informações se roubaram alguém. Mas o crime organizado está tomando conta das comunidades e essa tensão acaba respingando na Via Expressa – alerta o policial rodoviário federal Adriano Fiamoncini, sobre a situação crítica que se desenha também na rodovia em função do crime organizado ao redor dela.
Via Expressa tem tiros e bloqueio da pista na noite de segunda