Palestrante recente do seminário de segurança na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o promotor Lincoln Gakiya é quem assina a denúncia criminal contra 75 integrantes da facção paulista por envolvimento em ações violentas em estados brasileiros, entre eles Santa Catarina.
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A investigação, além de notabilizar assassinatos e ataques a mando da facção daquele Estado, carimba uma situação bastante preocupante que envolve o sistema prisional catarinense. Diz respeito ao desejo dos criminosos paulistas em serem isolados numa única prisão em Santa Catarina como medida de segurança contra eventual atos da facção local do Estado.
A medida de separação por alas já vem sendo feita, conforme relatos de agentes e advogados. Mas mantê-los em um único presídio ou penitenciária seria algo inédito – ou ao menos de conhecimento da sociedade.
Para policiais experientes no assunto, o diferencial de Santa Catarina, além do constante monitoramento às facções, é o fato de o sistema prisional catarinense apresentar situação de segurança em relação a outros Estados. Assim, ainda conseguiria evitar rebeliões ou massacres entre detentos como aconteceu em outras regiões do Brasil.
Ou seja, apesar da superlotação carcerária, Santa Catarina possui mobilização, meios e condições para supostamente não atender a pedidos como esse de criminosos paulistas feito no começo de 2017.
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Outro detalhe preocupante trazido pelo MP de São Paulo e que muitas vezes as autoridades catarinenses não admitiam: a ação da facção paulista em Santa Catarina recebia a orientação da alta liderança do bando reclusa na Penitenciária de Presidente Venceslau.
Por muitas vezes, a informação oficial é que as ordens para ataques e expansão em Santa Catarina pela facção paulista partiam principalmente de forma fragmentada de presos das cadeias de Joinville e do Paraná.
O interesse da maior facção criminosa do País nos portos catarinenses
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