A Justiça catarinense decretou 52 prisões preventivas de suspeitos de integrar uma facção criminosa paulista que age em Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
As ordens foram pedidas pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em razão de operação desencadeada no Estado, nos 13 e 14 de março, quando os alvos foram capturados em prisões temporárias. Este caso não tem relação com a operação da Deic da semana passada contra a facção local de SC.
A decisão é do juiz Rafael Brüning, da Capital, proferida na semana passada. Nesta ação, a Deic havia indiciado 78 pessoas.
O número de preventivas ficou menor porque alguns dos alvos já respondiam pela mesma acusação de integrar organização criminosa em outra ação penal.
Dos investigados, 10 deles ainda estão foragidos e são procurados pela polícia. Além de organização criminosa, responderão por associação ao tráfico e porte ilegal de armas.
Continua depois da publicidade
O magistrado afirma haver indícios e provas de materialidade a partir dos áudios das interceptações telefônicas e também nos interrogatórios – alguns admitiram ser integrantes da facção.
A apuração durou um ano. Boa parte dos envolvidos atuava a partir dos presídios, ou seja, mesmo presa seguia praticando crimes para a facção. A Justiça ainda aguarda as perícias dos celulares apreendidos.
O juiz ressalta no processo a necessidade de garantia da ordem pública como forma de enfraquecer a atuação da organização que vem tentando se instalar em Santa Catarina e tem gerado conflitos com a facção local.
"Mortes de jovens"
Brüning ainda destaca a violência dos criminosos pelo Estado e as mortes de jovens em conflitos com o bando local de SC:
Continua depois da publicidade
“A título de exemplo, o tráfico de drogas nas comunidades Vila União e Papaquara, norte da Ilha, era dirigido pelo grupo em questão, inclusive, com a prisão dos investigados, houve uma tentativa de tomada do espaço por grupo rival. Mas não só. Há disputas por pontos de drogas em outras cidades catarinenses, principalmente na região norte do Estado, a exemplo de Joinville, que é a porta de entrada da facção. Tais disputas são o pano de fundo de uma guerra que já vitimou inúmeros jovens”, escreveu o magistrado.
Agora, os suspeitos continuarão presos até o julgamento e o Ministério Público decidirá se oferecerá ou não denúncia criminal. Havendo a denúncia, começará a ação penal e os acusados serão interrogados em juízo.