O comando da Polícia Militar de Santa Catarina aponta razões para o crescimento da letalidade policial em 2018: mais armas nas mãos de criminosos, a disposição de enfrentar a polícia e a proximidade da facção nascida no Estado com grupos criminosos do Rio de Janeiro.

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É o que diz o comandante-geral da PM, coronel Araújo Gomes. Ele destaca a questão envolvendo a aproximação de bandidos catarinenses com uma das maiores facções do Rio de Janeiro.

Compra de drogas e armas no RJ

Gomes afirma que a facção catarinense passou a encontrar dificuldades na compra de drogas e armas no Paraguai com a tomada da região de fronteira pela facção de São Paulo, inimiga de criminosos de SC. Foi então que o crime organizado local ampliou a relação com bandidos do Rio de Janeiro, ressalta:

– Passaram a reproduzir aqui a lógica típica carioca de territorialização e enfrentamento à polícia – analisa.

Além disso, o comandante pontua a presença maior da PM em operações em áreas tradicionalmente mais violentas de Santa Catarina, o treinamento e o armamento dos policiais militares em defesa da própria segurança.

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"Se for necessário vai continuar acontecendo"

– A letalidade policial não é uma escolha. Ao intervir, nosso objetivo é prender. Entretanto, é imposta por situações de perigo e, se for necessário e legal, acontece e vai continuar acontecendo. É preciso que os criminosos entendam que os policiais estão preparados e equipados para situações críticas, e evitem o confronto – alerta.

O comandante diz perceber que no segundo semestre deste ano já há uma redução dos casos.

Na noite passada, em Florianópolis, a PM informou que um jovem de 18 anos com passagens policiais morreu após não obedecer ordem de parada e apontar uma pistola durante a intervenção policial. Foi na Papaquara, norte da Ilha.

De janeiro a novembro, foram 90 mortes em confrontos – 88 com a PM e duas com a Polícia Civil, no Estado. No mesmo período de 2017, ocorreram 66 mortes: 61 com a PM e cinco com a Civil. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública.

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