A mudança do estilo de gestão e de pensamento para tocar a desafiante Segurança Pública catarinense não será sentida apenas com o professor e especialista Alceu Pinto de Oliveira Júnior de secretário. Os comandos das polícias Militar e Civil terão chefes com atitudes próprias e diferentes ao atual modelo.

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O coronel Araújo Gomes, 51 anos, e o delegado Marcos Ghizoni, 45, eram os segundos na hierarquia das instituições e também os mais cotados para assumir a titularidade. Ou seja, os adjuntos foram apenas confirmados por Alceu nas chefias. Eles planejam ações internas e externas para trazer a sociedade em geral para o lado da polícia.

Adepto da comunicação em redes sociais, presente em operações de rua, estrategista de ações planejadas e de inteligência, Araújo Gomes vinha sendo polido para liderar a PM nos últimos anos. Uma polícia presente, que traga confiança e repressiva será o seu eixo de atuação. De início, promete agir pontualmente em locais de risco, nas comunidades conflagradas em que proliferam facções criminosas, tráfico e mortes.

Também projeta operações a partir de um mapeamento feito durante dois meses sobre 250 pontos de passagem nas divisas catarinenses com o Paraná e Rio Grande do Sul e na fronteira com a Argentina. No interior, onde há pouco efetivo, pensa em implantar práticas de prevenção comunitária para fortalecer a polícia local.

Obstinado por resultados administrativos, “durão” nas medidas e não muito conhecido a frente de grandes operações, o delegado Ghizoni tem entre outros desafios o de desburocratizar delegacias que praticamente só fazem boletins de ocorrências. O objetivo é priorizar as investigações. Ao mesmo tempo, ressalta a necessidade de reduzir a explosão dos homicídios em Florianópolis e em Joinville e a guerra entre as duas facções.

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Ghizoni disse que fará mudanças internas, cobrará investimentos em tecnologia e sugeriu a integração e a unificação da comunicação na segurança, hoje feita por cada uma das instituições. Para ele, a dificuldade da Polícia Civil não é apenas a falta de efetivo e sim a necessidade de mudar questões e hábitos culturais da sociedade. Recentemente, liderou o processo de corte de 20% dos combustíveis das viaturas após encontrar excessos.

Priorizar a segurança é uma das necessidades urgentes de Santa Catarina diante das graves e reais ameaças do crime organizado, atentados nas ruas, os crimes bárbaros contra vidas e a falta de políticas públicas aos mais jovens.

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