Fortalecer a integração entre as delegacias especializadas de repressão a roubos, homicídios e combate às drogas e o fluxo de informações com as inteligências serão as principais tentativas da Polícia Civil em busca da redução das mortes violentas em Florianópolis, em 2018. No ano passado, foram 176 assassinatos, um recorde negativo histórico na Capital.

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Outra ação conjunta será com as centrais de investigações instaladas no norte da Ilha e Continente. As prisões de líderes do tráfico em pontos espalhados, laboratórios de ecstasy descobertos, uma fábrica de usinagem de submetralhadoras caseiras e até um esquema de venda de drogas a partir da Penitenciária figuraram nas principais ações da Delegacia de Combate às Drogas (Decod) de Florianópolis, em 2017. Apesar do intenso cerco, o trabalho não conseguiu reduzir as mortes violentas.

Criada em 2014 pela Polícia Civil com a promessa de mapear as áreas conflagradas e dominadas por traficantes, a Decod efetuou 56 prisões no ano passado. O balanço da Diretoria da Grande Florianópolis destaca a desarticulação do primeiro e segundo escalão do tráfico na Costeira. A investigação de dois anos prendeu Danilo de Souza, irmão de Neném da Costeira, entre outros envolvidos, totalizando 16 indiciamentos.

– Foram prisões inéditas, pois os líderes do tráfico local jamais haviam sido presos – destaca o diretor da Grande Florianópolis, delegado Verdi Furlanetto. O laboratório de ecstasy foi estourado no bairro Carianos, sul da Ilha. A produção abastecia morros da Capital e o Rio Grande do Sul. Houve sequestro de carros e imóveis da organização.

A relação da polícia inclui ainda o fechamento de uma “usina” que fabricava armas caseiras em Palhoça, a prisão de quadrilha ligada à facção no Rio Vermelho, o laboratório de drogas no mesmo bairro e a desarticulação de organização criminosa que vendia entorpecentes com comandos de dentro da Penitenciária da Agronômica.

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– Em 2015 o foco da Decod era apreender grandes cargas de drogas. Mudamos isso e estabelecemos o foco ao problema da Capital, que são as disputas das facções paulista e a de SC, atingindo os cabeças – resume o diretor.

Sobre a alta das mortes violentas, o diretor justificou na guerra das facções e nos casos de vingança registrados no final de 2017 entre os bandos pela divulgação de vídeos de crimes bárbaros entre os criminosos rivais.