Os fogos e o tom de emoção no encerramento da formatura dos novos policiais militares nesta quarta-feira, em Florianópolis, serviram para carimbar o entusiasmo de boas vindas ao maior reforço da história da Polícia Militar em Santa Catarina.
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Ao todo serão 918 PMs, sendo que 404 se formaram na Capital e o restante nos próximos dias pelo Estado. Os soldados entram com um dos melhores salários pagos em comparação ao das demais polícias militares do Brasil.
Só que nem tudo que os espera será neste clima festivo. A realidade vivida pela Grande Florianópolis e a região de Joinville, com recorde de homicídios e a declarada guerra entre facções criminosas por espaço no tráfico de drogas, exigirá alerta permanente da nova tropa e de seus comandantes.
No meio, há grande expectativa com o incremento do efetivo para conter o crescimento assustador da violência simbolizada com execuções em plena luz do dia e em pontos movimentados, além dos crimes bárbaros nas madrugadas filmados para causar terror. Aliás, toda a sociedade deseja mais policiamento e segurança. Basta ver a corrida dos prefeitos nesses últimos dias tentando ampliar a quantidade de servidores destinada às regiões.
O momento pode configurar uma virada de página em torno do policiamento em áreas conflagradas, nas operações e também na filosofia de polícia comunitária. O panorama ideal seria colocar nas ruas os recém formados e os mais de 500 policiais que hoje estariam cedidos a órgãos e instituições, ou seja, longe da sua finalidade fim, conforme estima o presidente da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc), Edson Fortuna. Para isso, seria necessária grande força política dos comandos da própria PM e da Segurança Pública.
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Mudar definitivamente o que tem sido desde 2012, com atentados e essa mazela das facções criminosas enraizadas em Santa Catarina, as constantes trocas de tiros, as mortes de agentes da segurança, de inocentes e de jovens que rumaram para o pior caminho não dependem apenas da polícia. Ela tem a sua responsabilidade e um importante papel de prevenção e reação nas crises, mas não será sozinha a salvação dos problemas da criminalidade.
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