Depois de uma semana em tese festiva, com a mostra nacional do trabalho de presos, três ataques criminosos eclodem novamente a preocupação com a segurança nas cadeias de Santa Catarina. Os indícios são de algo planejado, com comando, mas também costumam acontecer em caráter de retaliação às ações das forças de segurança.
Continua depois da publicidade
O episódio na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, histórico “QG” (quartel general) da facção criada em Santa Catarina, é o que mais chama a atenção.
A Polícia Militar afirma que três homens armados tentaram realizar uma ação para dentro da penitenciária, na madrugada de domingo. Só que não se sabe exatamente qual seria o ato. O mais provável é que foi mesmo para lançar telefones celulares para dentro da cadeia, e não uma suposta tentativa de resgate de preso. Em redes internas de policiais e agentes circularam fotos de flechas com celulares.
O plano dos bandidos não deu certo. Houve reação dos agentes penitenciários e rapidamente a PM mobilizou efetivo, entre eles o Batalhão de Operações Policiais (Bope). Um homem morreu no mato. A reportagem apurou que uma das suspeitas é que a investida seria de criminosos do Morro do Caju, na Capital, em associação com algum detento, o que está sendo investigado.
A penitenciária de São Pedro de Alcântara conta normalmente com reforço de agentes, inclusive do grupo de intervenção que possui forte armamento. Em junho, o Departamento de Administração Prisional (Deap) recebeu 337 armas, sendo 65 fuzis. Ou seja, as unidades prisionais estão bem armadas e dificilmente haveria sucesso em um plano criminoso para dentro do cárcere.
Continua depois da publicidade
Mesmo assim, segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania, criminosos vêm tentando nos últimos finais de semana arremessar objetos para dentro da penitenciária de São Pedro de Alcântara. Utilizam até mesmo flechas.
Sobre os tiros contra a fachada do complexo prisional da Capital, na Agronômica, e em uma das torres da penitenciária de Blumenau, esses crimes podem ser retaliação ao próprio sistema ou à polícia. Essa até agora é a hipótese mais levantada nos bastidores.
Investigação de suposta ordem
Policiais que atuam em investigações do crime organizado trabalham para tentar identificar se haveria suposta ordem de ataques e qual a motivação. Até agora, os comandos da Secretaria de Segurança Pública e da própria Justiça e Cidadania afirmam que não há algo identificado a respeito e que as ações criminosas seriam fatos isolados.
A nota da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e do Deap:
– 30/07/18-
A Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) e o Departamento de Administração Prisional (DEAP) informam que na madrugada deste domingo, 29, ocorreram dois casos envolvendo arremessos de objetos ilícitos em duas penitenciárias do estado. Uma tentativa frustrada de arremesso ocorreu no Complexo Penitenciário do Estado, em São Pedro de Alcântara. Antes da ação, os criminosos foram abordados pelos agentes. Houve troca de tiros e dois bandidos foram conduzidos até a Delegacia de Polícia e outros dois suspeitos fugiram. O outro caso ocorreu na Penitenciária Industrial de Blumenau. Três criminosos lançaram objetos ilícitos para dentro da Penitenciária, efetuaram disparos contra a torre de vigilância e logo em seguida fugiram do local. Uma outra ocorrência envolvendo disparos de arma de fogo foi registrada na noite de domingo, por volta de 21h20. Criminosos atiraram em direção ao Complexo Penitenciário da Capital. No três casos, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil foram comunicadas.
Continua depois da publicidade
Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania
Departamento de Administração Prisional