Dialogue, ponha na mesa a conversa sobre drogas. Participe da vida escolar. Acompanhe o conhecimento do seu filho sobre o assunto. Olhe para ele. Desconfie de sinais. Observe os arredores da comunidade, o caminho até o colégio.

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Dicas básicas que até podem ser antigas. Mas são dadas como fundamentais por especialistas para que adolescentes fiquem longe de entorpecentes.

As bocas de fumo, o tráfico, as facções criminosas e a dependência química infelizmente estão muito perto dos ambientes escolares. Evidentemente que em busca de consumidores ou novos soldados do crime.

A surpreendente prisão de 108 pessoas em Santa Catarina na Operação Anjos da Lei, na quarta-feira, é mais um alerta que precisa ser abordado. Segundo a Polícia Civil, as capturas foram resultados de investigações sobre o tráfico de drogas no entorno de escolas municipais, estaduais e particulares.

A educação e a segurança pública do Estado garantem estar lado a lado. Cada um com seu papel. Apuração, repressão, prevenção, participação.

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– As drogas sempre estiveram no mundo. A educação é o primeiro passo. Com conhecimento eles (os filhos) podem tomar decisões. A pedagogia do medo, dizer que o dente vai ficar amarelo e cair, não funciona mais. É preciso considerar o que pensa o adolescente, que os pais participem da vida escolar, olhem para o filho. Os sinais estão sempre presentes – ensina a diretora de políticas e planejamento educacional da Secretaria de Estado da Educação, Julia Siqueira da Rocha.

O momento poderia servir também para o engajamento dos governantes, da iniciativa privada e dos moradores. Por que não priorizar ou ajudar na revitalização de uma escola com ações para melhorar a convivência? Afinal, ambiente degradado não favorece o clima escolar, muito menos a formação humana.

O que são essas cracolândias no centro de Florianópolis? Ali mesmo, nos arredores da Secretaria de Educação, da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça há de noite intenso vai e vem de usuários. São zumbis que sequer raciocinam e deveriam receber tratamento de saúde ao invés de serem despejados em celas.

Pelo Brasil afora, a maioria dos homicídios está ligado às drogas. Dívida, desentendimento, vício, disputa de território ou de poder, valentia entre relações. Fatalmente, o caminho do tráfico quase sempre é marcado por um fim trágico. Vidas são perdidas ou sacrificadas a qualquer preço pelo mundo criminoso.

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Em tempos de redes sociais, os canais de disque-denúncias por telefone (181) ou na internet são essenciais. São incontáveis as histórias de investigações com sucesso a partir do relato anônimo. Em Joinville, graças a uma denúncia pelo Facebook, a polícia prendeu recentemente em Guarapuava, no Paraná, o autor de um estupro.

Enfim, que a Anjos da Lei seja uma mobilização permanente em Santa Catarina.

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