Historicamente prejudicada com o abandono de imóveis em sua área Central, Florianópolis enfim começa a tentar virar uma página de um problema sério que afeta a segurança pública, a saúde e a própria cidadania de um município.

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A mobilização de mais de 20 entidades lideradas pelo Ministério Público de Santa Catarina em regime de força-tarefa executa ações de limpeza, fechamento dos acessos e encaminhamento de vias jurídicas para soluções com os proprietários. Outra notícia positiva é a autorização da ordem de serviço para a revitalização da região do Mercado Público e Alfândega pela Prefeitura com investimentos de R$ 8 milhões.

Nos últimos dias, o promotor Daniel Paladino, que costuma sair do gabinete e botar literalmente o pé nesses ambientes degradados, mobilizou mutirão em um casarão na Rua Frei Caneca, na Agronômica. A casa que já foi moradia de três ex-governadores catarinenses (Vidal, Nereu e Celso Ramos) estava inundada por lixo.

Na sexta-feira, foram retiradas duas caçambas de resíduos do lugar. No dia 1º, uma mulher sofreu tentativa de abuso ao passar pela área, conforme apurou o repórter Mateus Boaventura, da CBN Diário. Aí vem o questionamento inevitável: como gestores e a sociedade em geral deixaram uma situação chegar a esse ponto?

– A responsabilidade é de toda a sociedade. Não diria um descaso, mas uma falta de cautela com a preservação do espaço público ou privado, uma questão cultural – lamenta Paladino.

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Este quadro infelizmente atinge outras cidades catarinenses, por exemplo, Joinville e Itajaí, que também registram abandono de imóveis, segundo o promotor. Além da inevitável proliferação de doenças, o espaço urbano deteriorado potencializa o consumo de drogas e a criminalidade.

Fatos antigos, é verdade. Mas parecem só existir quando algo grave acontece e beira ao insuportável. Agora, o que se espera é a continuidade das manutenções e preservações e que as iniciativas sejam disseminadas até mesmo para outros Estados. A Paraíba, por exemplo, consultou o promotor sobre o exemplo de Florianópolis para implantar programa semelhante de esforço conjunto.

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De forte repercussão nas polícias Militar e Civil a prisão de três policiais militares do Bope, a elite da Polícia Militar, na quinta-feira, em Florianópolis. As acusações do Ministério Público são graves, de crimes em uma operação contra ladrões de banco que terminou em morte, em Balneário Piçarras, em 2017.

A defesa dos PMs questiona a decisão do juiz Marcelo Meirelles, que não hesitou em decretar prisões preventivas mesmo tendo a promotoria requerido apenas o afastamento dos servidores das funções.

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