Já são 21 mortes por afogamento em Santa Catarina, sendo 11 em água doce e 10 no mar. Destas, apenas uma aconteceu em local monitorado por guarda-vidas, na praia do Gravatá, em Navegantes, litoral Norte. As demais foram em pontos não cobertos ou em períodos em que não havia o monitoramento.
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Os dados são do Corpo de Bombeiros Militar entre outubro e 17 de janeiro e se referem a todas as praias e balneários que possuem a Operação Veraneio. Uma lástima a realidade de perigo, descuido, imprudência e também de fatalidade em momentos que em tese seriam de lazer.
Os bombeiros realizaram 1.455 salvamentos de pessoas arrastadas no mar e fizeram impressionantes dois milhões de trabalhos de prevenção. Apesar da quantidade elevada, o balanço em relação às últimas décadas aponta que as mortes e os afogamentos estão em queda, mas ainda há muito a cuidar.
A grande dificuldade dos bombeiros no verão é fazer chegar a informação de alerta e cuidado aos veranistas e visitantes ocasionais como os estrangeiros. Com a experiência de mais de 30 anos na área, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Onir Mocellin, preside a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. Para ele, o principal inimigo do banhista é o álcool e a orientação primordial é procurar ficar perto dos pontos de guarda-vidas.
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– Água não combina com bebida alcoólica. A pessoa se descuida, fica encorajada, mergulha em rios de cabeça, vai em corredeiras, a habilidade motora fica reduzida e a oxigenação do cérebro é comprometida – destaca.
Em Florianópolis, as praias Brava, Mole e Joaquina são algumas consideradas extremamente perigosas e exigem alerta. Quem nunca presenciou a cena do bombeiro correndo em direção ao mar em busca da pessoa em risco? As palmas costumam celebrar o salvamento com sucesso. Já o silêncio e os olhares tristes geralmente sinalizam o pior, que infelizmente isso não foi possível.
O desrespeito de banhistas ao insistirem em ficar em áreas sinalizadas com bandeiras vermelhas pode ser fatal. Ali estão correntes de retorno, ou seja, quando as ondas retornam para o alto mar e são responsáveis por mais de 95% das ocorrências de salvamento.
As dicas cruciais ao cair em um local de corrente são manter a calma, levantar o braço, pedir ajuda e tentar ir nadando lentamente para o lado até alcançar o banco de areia. Sinalizar socorro a um surfista é outro ponto importante.
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Se ver alguém se afogando jamais vá salvá-lo sem estar preparado para isso ou levando algum objeto flutuante como prancha, bola, tampa de isopor, garrafa de refrigerante, pois poderá se tornar outra vítima. Não deixe de usar coletes em passeios em embarcações e evite entrar na água se comer pelo período de no mínimo duas horas para evitar congestão. Quanto às crianças, permaneça próximo a no máximo um braço de distância.