Difícil digerir ou entender nesse momento como se transformou em tragédia a ida de Fabiane Fernandes, 30 anos, a uma trilha de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. Era uma viagem a passeio, uma aventura em um lugar com vista paradisíaca. Virou pesadelo, tristeza sem fim a familiares e amigos da moradora de Florianópolis, além da comoção geral.

Continua depois da publicidade

Crime sexual? Assalto? São as teses mais cogitadas nesse instante. A Polícia Civil daquele Estado busca suspeitos a partir de depoimentos de testemunhas que a viram antes de desaparecer e ser encontrada morta.

O destino infeliz, bárbaro e revoltante da empresária dona de uma pousada nos Ingleses enluta a todos. Mais uma mulher assassinada, mais um crime covarde e mais inconformismo. Também mais um órfão do amor de mãe, um filho de apenas nove anos.

Imaginar que Fabiane se transformou em isca ao se aventurar sozinha pelo caminho em meio à mata, por mais arriscado que seja, não pode ser justificativa da crueldade humana.

Assassinada em férias em Natal

Difícil não lembrar e associar ao caso do assassinato a tiros da soldado catarinense Caroline Pletsch, 32 anos, em Natal. Em férias com o marido, no relaxamento do ano, a PM perdeu a vida brutalmente em um assalto a uma pizzaria na capital do Rio Grande do Norte.

Continua depois da publicidade

São dois dos piores exemplos da criminalidade apavorante em todos os cantos do País. Em 2017 houve 63.880 mortes violentas, um recorde histórico, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Lugar que ficou violento"

– Arraial era um lugar muito tranquilo há uns 15 anos. Hoje, surgiram algumas novas comunidades e ficou violento. O que aconteceu entristece ainda mais a gente – disse um policial nascido no Rio de Janeiro e que atua em Santa Catarina.

Em Florianópolis há vários policiais civis do Rio. Todos estavam aborrecidos com o assassinato de Fabiane – e de mais um caso de violência extrema no Estado que está sob intervenção federal na área.

Queda nos homicídios em Santa Catarina

A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina apresentou balanço em que aponta, de janeiro a 19 de novembro, redução em índices cruciais: 19,8% dos homicídios, 33% dos roubos e 32% dos latrocínios a menos que no mesmo período de 2017.

Continua depois da publicidade

Um feito. Algo a ser estudado levando-se em conta que a atual gestão, incluindo as chefias das polícias Civil e Militar, tem menos de 12 meses.

Crimes e o temor

Mas ainda há muito a fazer. Crimes violentos, talvez não tanto alardeados, seguem acontecendo e espalhando temor. Em Joinville, um homem foi torturado, baleado e teve um dos olhos arrancados, no bairro Paranaguamirim.

Em Florianópolis, um adolescente de 16 anos apareceu morto no trevo de acesso a Canasvieiras. Em Palhoça, a polícia encontrou o corpo de homem morto sem as mãos e com um dos pés cortados. Ao lado, um bilhete com a assinatura de facção.

Moradora de Florianópolis foi morta com golpes na cabeça e no rosto em Arraial do Cabo

Leia mais notícias e análises de Diogo Vargas