Começou com uma luta de classe, entrou no campo político e se desenrolou para um teste inédito de prova real de segurança nacional. A greve dos caminhoneiros entra para a história pelo impacto do desabastecimento agravado a cada hora e a conjuntura de crises.

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Incertezas, falsas expectativas. É como um navio sem rumo com icebergs pela frente e dos lados. O uso das forças de segurança exige extrema cautela e inteligência.

Se pode contribuir para a manutenção dos serviços essenciais, entre eles o de saúde hospitalar, o cenário pode descambar para conflitos perigosos e sem precedentes.

Não há dúvidas que se trata da maior dificuldade de articulação aos mecanismos de prontidão e assistência humanitária. Há o tamanho incomum da mobilização por todos os cantos do País e a gravidade dos efeitos desenhados à população.

Por mais que sejam possíveis as preocupantes conseqüências diretas, como viaturas policiais ficarem sem combustível, em Santa Catarina talvez a crise possa se tornar um exemplo de ação coletiva, ágil e eficiente.

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Não é só pelo recém inaugurado Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd) da Defesa Civil, no Continente, e os investimentos de R$ 44 milhões que obteve. Mas pelos órgãos envolvidos de todas as esferas, a integração, as pessoas e suas experiências e expertises.

Vale lembrar que Santa Catarina passou por intempéries naturais das mais arrasadoras nos últimos anos. Enchentes, furacão, onda de atentados. Tudo isso serviu para aprendizados extremamente importantes.

Há um know-how obtido para rápidas tomadas de soluções de integração da Capital ao Extremo-Oeste, do Extremo-Sul ao Norte ou a região que for.

A mobilização existe desde terça-feira no Cigerd, onde estão concentrados os trabalhos. Ninguém nunca imaginou que a estrutura fosse se mostrar tão útil poucos dias após a sua entrada em operação nem por esse motivo.

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O secretário da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, tem pedido calma às pessoas, se mostra habilidoso na articulação, atento às prioridades e aos desdobramentos nacionais.

Pela Polícia Militar, o coronel Araújo Gomes, sem dúvida um dos policiais com maior conhecimento de segurança no País, coordena ações urbanas e de inteligência da tropa. A PM, aliás, tem sido fundamental para as escoltas dos produtos.

A Polícia Rodoviária Federal também se faz presente e tem dialogado bastante com os caminhoneiros.

O secretário de Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, enfrenta o seu maior desafio na pasta desde que assumiu, em fevereiro.

Ex-militar, Alceu antecipou que tem conversado constantemente com o Exército para acioná-lo se necessário. Não descartou até mesmo o sinal positivo para a utilização de combustível do 62º Batalhão de Infantaria para as viaturas policiais.

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Acima de tudo, um trabalho para resguardar vidas.

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