Não se iluda que as filas nas pontes de Florianópolis são rotinas de hoje em dia. Basta um olhar na história para compreender que compõem o cotidiano da Capital de Santa Catarina há mais de 40 anos. Um mergulho nos jornais da época mostra a entrada e a saída da Ilha como uma neurose diária.

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Com a Hercílio Luz desgastada e a imensidão de carros se aglomerando, veio a Colombo Salles. Inaugurada em 8 de março de 1975, surgiu para acabar com a intranquilidade dos engarrafamentos e o caótico serviço do transporte coletivo. Houve propaganda de menos consumo de combustível e de desgaste dos motores. Na abertura, festa com queima de fogos e esperança aos moradores.

“Uma balburdia total, buzinas, e o centro da cidade congestionado em diversas ruas. Ninguém se preocupou, porém. Só importava saber que a cidade havia ganho uma ponte nova, esperança do fim da fila na ponte”, dizia a reportagem de O Estado.

Em 8 de março de 1991 é inaugurada a Pedro Ivo Campos. Seria a obra que mudaria a vida da Capital no interminável desafio de atravessar a ponte Colombo Salles, diz o Diário Catarinense – a Hercílio Luz estava interditada para carros desde 1982.

A preocupação passou a ser então naquele momento as filas nas ruas estreitas do Centro da Ilha. Nas reportagens se ressaltava que engarrafamentos eram quase que um “estilo de Florianópolis”.

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Temor com a falta de manutenção

Na quinta-feira, 30 de agosto de 2018, um marco dos tempos atuais. Com um caminhão tombado na cabeceira da Pedro Ivo, quilométricas filas se formaram até a BR-101, atingindo toda a Grande Florianópolis. Não foi algo pontual. Os acessos estão trancados diariamente.

Não há dúvidas que esta condição causa danos à qualidade de vida e traz prejuízos econômicos e de toda a ordem. Acidentes são constantes. Nos últimos meses cresceu o temor sobre a inacreditável falta de manutenção das pontes. Realmente, as condições aparentes das duas travessias, com ferrugens e partes danificadas embaixo, causam medo.

Alternativas e providências

A Grande Florianópolis tem hoje mais de 660 mil veículos, conforme o Detran. Quarta ponte? Transporte marítimo? Ferry-boat no sul e norte da Ilha? Incentivos com força total do uso em massa do transporte coletivo? Rodízio de placas? Nada disso. Por enquanto a ilusão se dá sobre a recuperação da Hercílio Luz.

A Capital dos catarinenses clama por urgentes providências no trânsito e em sua mobilidade urbana. Planos de emergência que envolvam setores da segurança pública, defesa civil e bombeiros também se fazem necessários.

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Guincho de prontidão, câmeras, servidores em monitoramento permanente e os postos da PM ativados 24 horas nas duas pontas são outras demandas essenciais para o bem todos os usuários.

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