Nenhum assunto gera tamanha revolta quanto o envolvimento de alguém com pedofilia. Aberração humana, transtorno, compulsão horrenda. Nada justifica atos de abusos criminosos. Muito menos contra bebês, crianças e adolescentes.

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Houve no mínimo um impacto nacional na quinta-feira diante das centenas de prisões de pessoas que armazenavam material de pornografia infantil e infanto-juvenil. Os alvos são de todas as classes sociais, idades e a grande maioria homens.

Santa Catarina também aderiu à Operação Luz na Infância 2, do Ministério da Segurança Pública. Doze homens foram presos, entre eles um idoso de 70 anos. Um adolescente de 16 anos foi apreendido.

Responsável pela investigação no Estado, o delegado Luiz Felipe Rosado, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), conta que ao serem presos em flagrante todos se disseram arrependidos. Alguns choraram. Sabiam que estavam errados e que o aspecto moral estava dilacerado. “A casa havia caído”, diz a antiga expressão no meio policial quando o crime é descoberto.

Seja qual for o ambiente virtual na internet, está comprovado que a polícia consegue chegar nos envolvidos. O delegado ressalta que pedófilos costumam ter uma falsa ideia que passarão anônimos ao navegarem nesses ambientes, baixarem ou compartilharem fotos ou vídeos. O controle é difícil, mas não é impossível.

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Agora, policiais civis catarinenses entrarão na segunda etapa da investigação: a de apurar se houve vítimas de abusos no Estado e comercialização desse tipo de material em redes. Para isso, contam com o crucial trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP), as denúncias da população (181 ou disque 100) e de outros meios em sigilo.

A Polícia Federal também está atenta aos crimes relacionados à pedofilia. Este ano, foram quatro prisões em Santa Catarina. Ações policiais contra esta monstruosidade humana devem ser intensificadas e aplaudidas.

Mas, acima de tudo, as pessoas devem deixar de lado qualquer tipo de tabu ou constrangimento e conversar mais a respeito. Principalmente os pais, em casa, para fortalecer uma cultura de proteção e prevenção com os filhos.

A principal orientação da polícia é jamais deixar crianças sem supervisão na internet. Pedófilos costumam se passar por pessoas da mesma idade delas. Até mesmo uma inocente foto familiar da criança nua deve ser evitada, alerta o delegado Rosado.

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A vigilância constante em computadores e telefones não pode ser esquecida. Um outro ponto importante: cabe aos donos de lanhouses e estabelecimentos que oferecem internet exigirem o cadastro do usuário — Santa Catarina tem uma lei estadual desde 2009 em vigor.

Quanto aos presos, que a lei seja duramente aplicada aos que estraçalham pequenos inocentes.

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