Pela primeira vez, a assinatura de facção criminosa deixada no local do bárbaro crime contra cinco pessoas, sendo quatro da mesma família, pode ter sido um blefe dos assassinos.
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Este ponto foi observado pelo comando da Polícia Militar, que recebeu as primeiras informações e logo apontou para a chance de ter sido um crime de vingança.
Os indícios são fortes neste sentido, mas alguns detalhes poderão fazer a diferença e levar a polícia a desvendar a cruel e intrigante chacina em Florianópolis.
Há de se registrar que não será apenas uma investigação da Delegacia de Homicídios, embora esses policiais apresentem histórico expressivo de soluções de homicídios na Capital. Policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), a elite da Polícia Civil, estão na jogada.
Isso ficou evidente com a presença do delegado Anselmo Cruz na entrevista coletiva na Diretoria da Grande Florianópolis, na sexta-feira. Anselmo tem sido alçado em grandes casos policiais no Estado. Afirmou que a Deic dará todo o apoio necessário aos colegas da Homicídios para identificar e prender os responsáveis pelo crime com repercussão no País.
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Para o diretor da Deic, a assinatura da facção de São Paulo deixada no local pode ter sido um despiste. Isso porque facções violentas costumam executar a tiros e promover banho de sangue. No apart-hotel, as cinco vítimas foram amarradas e morreram por asfixia, o que foge de práticas do crime organizado.
O empresário Paulo Gaspar Lemos, 78 anos, um dos mortos, era de São Paulo. Por isso, a polícia catarinense trabalha em conjunto com a Polícia Civil daquele Estado no sentido de rastrear possíveis fatores pessoais para os crimes. Ainda na sexta-feira, policiais civis catarinenses tinham em mãos relatórios vindos de São Paulo.
Além do trabalho policial, um fator não menos essencial: a perícia. Os próprios policiais reconhecem que esse trabalho será crucial para a coleta de pistas e provas. Os criminosos usavam luvas e máscaras.
– Mobilizamos 13 profissionais do IGP. Buscamos no local desde impressões digitais, fibras, cabelos, manchas de sangue, imagens externas, sinais nos corpos, material genético, os fios de luz usados para amarrar os corpos. É um quebra-cabeças de um crime com todas as facetas nunca visto antes em Florianópolis – assinalou o diretor-adjunto do IGP, Júlio Freiberger Fernandes.
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Os rastros no apart-hotel, a dinâmica dos autores pelo ambiente e todas as evidências químicas e mecânicas serão analisadas a fundo, informou o diretor-adjunto. A princípio, é possível que as vítimas tenham sido mortas com o uso de panos e líquido inflamável (gasolina ou querosene).
Um veículo deixado fora do lugar usual pela família também foi periciado. Se for levada a risco, a integração inicial dos órgãos de segurança dificilmente deixará essa monstruosidade impune.
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