Policiais civis de Balneário Piçarras, Itajaí e Penha estão mobilizados na tentativa de prender o suspeito de espancar e matar o professor indígena Xokleng, Marcondes Nambla, 36 anos. Ele foi identificado, mas a polícia ainda não dá mais detalhes para não prejudicar a investigação.

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– Posso adiantar que o índio foi morto pelo que chamamos tecnicamente de motivo fútil – antecipou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil em Santa Catarina, Marcos Ghizoni.

A investigação está bastante adiantada e foram ouvidas testemunhas do crime. A solução do caso é considerada prioridade pela polícia catarinense. Nos últimos dias, policiais civis de Balneário Piçarras já haviam descartado a hipótese que Marcondes tivesse sido morto em um latrocínio (roubo seguido de morte).

Uma câmera de monitoramento registrou o indígena sendo agredido com vários golpes por um homem com um pedaço de pau, em Penha, na madrugada do dia 1º. Ele foi socorrido e morreu no dia seguinte no hospital.

Marcondes morava na aldeia de José Boiteux e estava em Penha trabalhando com a venda de picolés. A vítima era professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, além de liderança da aldeia. Colegas e amigos afirmaram nas redes sociais que a possibilidade de crime racial não pode ser descartada pela polícia.

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Prisão preventiva decretada

Na noite desta quinta-feira, o delegado-geral adjunto disse que o principal suspeito teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é considerado foragido da Justiça. O homem conseguiu escapar da polícia em Gaspar, no Vale, e seguia sendo procurado.

De acordo com Ghizoni, o suspeito tem passagem policial. Policiais acreditam que a prisão dele é questão de tempo. 

Na manhã desta sexta-feira (05) a Polícia Civil afirmou para a reportagem do Jornal de Santa Catarina que o suspeito tem 22 anos e mora em Penha. Ele ainda teria antecedentes criminais.

O delegado responsável pelo caso, Douglas Teixeira Barroco, cita que a identificação do suspeito foi possível através de uma câmera de segurança que registrou o momento da agressão, e da ajuda de testemunhas oculares do ocorrido. 

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—Inclusive, ele falava que fez aquilo porque a vítima mexido com o cachorro dele. Falava isso para as pessoas que estavam passando pelo local — disse o delegado.