A mulher mantida refém com seus filhos por um ex-funcionário que acabou morto no fim da tarde de segunda-feira (5), contou a história nas redes sociais no dia seguinte ao cativeiro. O caso aconteceu em Balneário Gaivota, no Sul de Santa Catarina.
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Kézia Gonçalves, que se identifica como gerente de loja e consultora de beleza, destacou que, em certo momento, embora a tensão no cativeiro, dialogou com o invasor e leu trechos da bíblia para ele.
– Eu pedi que se eu pudesse ler uma mensagem de Deus para ele. Ele disse que sim – relatou ela. Kézia referiu que “queria sair bem daquela situação com ele”. – Ele pedia desculpas o tempo todo e falava muito na mãe dele – destacou a sequestrada, que a essa altura estava na companhia apenas de um dos filhos, os outros dois já havia sido liberados pelo sequestrador.
– Eu aconselhava ele o máximo possível, e a polícia também – escreveu Kézia. – Tentamos de tudo, usamos o nome do filho dele, falamos da família linda que ele tem, mas mesmo assim ele falava que só saia de lá morto – detalhou a esposa do ex-patrão do sequestrador. – Não sei as razões dele, ele desabafou comigo alguns problemas pessoais, mas pelo que percebi, ele estava com muita depressão e sob efeito de drogas também – argumentou. A Polícia Civil está debruçada na investigação para saber se, de fato, o invasor estaria sob efeito de drogas e álcool, como chegou a se projetar.
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Sequestrador fez foto de vítimas
Kézia informou, ainda, que o invasor fez uma foto dela lendo a bíblia, sentada na mesa da cozinha ao lado do filho. Essa foto ilustrou a postagem feita por ela nas redes sociais. – Mas o que mais conforta o meu coração foi pegar meu celular hoje e ver essa foto que ele mesmo tirou, no momento em que eu estava lendo a bíblia para ele. Sinto que a palavra foi impactante para ele, mas não o suficiente para ele voltar atrás na decisão – observou a sequestrada.
Ela fez, ainda, muitos elogios à atuação das polícias no episódio. – O trabalho da polícia foi incrível, eles foram pulso firme até o fim, poupando a vida dele, mas assim que ele me libertou, ele atacou os policiais com a faca – relatou. A mulher apontou que, daí por diante, não tem memória dos demais acontecimentos. – Eu não vi mais nada, saí correndo, desesperada, só queria o abraço do meu esposo e da minha família – emendou.
– Foram momentos terríveis que eu não desejo a ninguém. Mas ele nos escolheu para isso, como ele disse, nós fomos a cereja do bolo que faltava – finalizou Kézia, contando que, durante o cativeiro, o sequestrador relatou ainda que já havia tentado suícidio algumas vezes antes do episódio desta segunda-feira. – Quero agradecer as correntes de orações que vieram de todos os lados – arrematou a vítima.
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