– Aqui, não! -. Assim, o vereador Obadias Benones (Avante) comemorou a aprovação do projeto de sua autoria que proíbe o uso de linguagem neutra na rede municipal de ensino em Criciúma. O tema foi votado na sessão desta segunda-feira (2) e contou com apoio de 14 parlamentares. Houve apenas 1 voto contrário.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
– Elu, delu, francamente, não é falta de respeito. Não é discurso de ódio nem de homofobia. Estamos aqui para pautar e defender o aprendizado – apontou. – Estamos protegendo a nossa língua. Esse é um fenômeno que está vindo aí que nos preocupa muito – emendou. – Quem defende a linguagem neutra usa o termo inclusão. Mas se você analisar, vai entender que ela não vem para incluir, o discurso é de uma minoria – destacou.
Benones ponderou que tem relações com “pessoas ligadas a essas minorias” e que também discordam de linguagem neutra. – Esse uso da nossa língua é uma agressão – argumentou.

O projeto recém aprovado, que parte agora para sanção pelo prefeito Clésio Salvaro (PSDB), prevê aplicação na rede municipal, nas instituições de ensino superior instaladas em Criciúma e nos concursos públicos da prefeitura. A proibição da linguagem neutra se estende à grade curricular, material didático e editais do município. Quem violar estará (instituições e profissionais de educação) sujeito a sanções administrativas.
Continua depois da publicidade
> Não-binarismo e linguagem neutra chamam atenção e provocam debate
Outros vereadores opinam
Alinhado com o autor, o vereador Daniel Antunes (PSL) disse que “independente do projeto, comentários para a esquerda e direita, se há uma coisa que não podemos mudar é a língua portuguesa”. Ele contou que foi procurado por pais preocupados com uma possível adoção de linguagem neutra em escolas de Criciúma.
Para o vereador Pastor Jair (PL) “o projeto protege as crianças”. – As mesmas pessoas que defendem esse tipo de linguagem neutra são as mesmas que quiseram estabelecer Ideologia de Gênero nas escolas – disse. Ele recordou, ainda, o decreto do governador Carlos Moisés proibindo a linguagem neutra em escolas estaduais.

O parlamentar chegou a mencionar um caso de Içara, cidade vizinha a Criciúma. – Em Içara, que aprovou a Ideologia de Gênero nas escolas municipais, recebi vários pais com crianças confusas – frisou. – 99% da população de Criciúma é conservadora, mantém princípios e quer manter o nosso português – emendou.
Vereadora cita inconstitucionalidade
Único voto contrário ao projeto, a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) ponderou que nenhuma escola está ensinando linguagem neutra em Criciúma. – Compactuo da defesa da língua, mas é importante dizer que o português é uma língua viva, ajustada ao cotidiano – analisou.
Continua depois da publicidade

Para Giovana, trata-se de mais um exemplo de “problema que se cria para vender a solução”. E a vereadora citou a inconstitucionalidade da pauta. – O jurídico da Câmara deu parecer inconstitucional, assim como há um questionamento ao decreto do governador, uma Adin no STF – reforçou.
> PT entra no STF contra decreto de Moisés que proibiu linguagem neutra em SC
Na votação desta segunda houve, ainda, uma abstenção, do vereador Zairo Casagrande (PDT).
Leia também:
> Do rádio à prefeitura: o adeus de Araranguá a Osmar Nunes
> Criciúma registra menor número de internações em cinco meses
> Duas operações apuram denúncias de corrupção em Sangão, no Sul de SC