– É culpa do GPS -. O argumento é corriqueiro entre os caminhoneiros que se embrenham pelos bairros de Criciúma, contrariando a sinalização espalhada pelos acessos à cidade. E via de regra, essas passagens desencontradas de veículos pesados por ruas não propícias a esse tráfego geram problemas. Foi o que aconteceu, de novo, na tarde desta quarta-feira (30).

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Por volta das 15 horas, um carreta com placas de Correia Pinto avançava pela Rua Mário de Andrade, no Bairro Pio Corrêa, em direção à Rua Júlio Gaidzinski. Em um morro, onde devia converter à direita, o veículo perdeu força, teve falha nos freios e acabou voltando, de ré. Por sorte, não havia pedestres ou outro carro em trânsito próximo. Azar de veículos estacionados perto. Um carro e duas motocicletas foram atingidas. Houve danos materiais também ao gradil de uma clínica localizada nas redondezas.

Ao apresentar o problema mecânico, com a ré forçada pelas circunstâncias, o caminhão perdeu boa parte de sua carga também. Sacas de pó de cerâmica foram ao chão e, na soma dos incidentes, a Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT) se viu obrigada a interromper o tráfego no local.

Carga tombada na rua depois do acidente com o caminhão
Carga tombada na rua depois do acidente com o caminhão (Foto: Fred Gomes / Divulgação)

– Os caminhoneiros precisam se atentar à sinalização. Existem placas nos acessos à cidade, orientando sobre os caminhos adequados – frisou o agente de trânsito Thiago Fagundes, que atendeu a ocorrência. Neste caso, o caminhão deveria ter feito uso do Anel de Contorno Viário via Içara e SC-108, já que seu destino era a cidade vizinha de Cocal do Sul, onde faria a entrega do produto para uma indústria cerâmica.

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O caminhoneiro foi autuado. O trânsito ficou prejudicado na região até pouco depois das 20 horas. – Os caminhoneiros reclama do GPS. Esse de hoje também reclamou – observou o gerente de Operações da DTT, Paulo Borges. – Eles dizem que o GPS os leva para as ruas onde não podem passar, mas eles precisam olhar as placas – reforçou. Borges lembrou que caminhões com mais de 10 toneladas, como era o caso, não podem trafegar pelos bairros, devendo fazer uso das rodovias que percorrem o entorno da cidade.

> O início do fim do Anel Viário de Criciúma

Há um anel viário delimitado, limite do qual os caminhões não podem passar em Criciúma. Esse circuito envolve a Rua Goiás, no Bairro Próspera, a Rodovia Antônio Justi, no Bairro Universitário, e a Avenida Assembleia de Deus, no Bairro Cidade Mineira Nova. – Dessas vias em direção ao Centro, os caminhões não podem andar – reiterou Borges. – Quando encontramos caminhões em áreas irregulares, avisamos, orientamos – completou.

Caminhão na Avenida Centenário em agosto de 2020
Caminhão na Avenida Centenário em agosto de 2020 (Foto: Divulgação)

Mais ocorrências nos últimos anos

Outros casos foram registrados recentemente em Criciúma. Em um deles, em novembro do ano passado, um caminhão chegou à Rua Lauro Müller, no Centro, e acabou não vencendo uma curva, batendo em alguns carros. 

Nem os arredores da Praça Nereu Ramos, no Centro, escapam dos caminhões
Nem os arredores da Praça Nereu Ramos, no Centro, escapam dos caminhões (Foto: Divulgação)

Outro incidente, em agosto de 2020, envolveu um caminhão de 10 toneladas em plena Avenida Centenário, no coração da cidade. Dois meses antes, um caminhão arrancou fios em uma rua do Bairro Comerciário, onde não poderia estar trafegando. 

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Em abril de 2019, um caminhão ingressou em Criciúma pela Avenida Centenário e objetivava chegar em Siderópolis. Devia ter tomado a alça do Anel Viário de Içara em direção à rodovia SC-445. Acabou entrando em Criciúma e chegando aos arredores do estádio Heriberto Hülse, onde teve que encerrar prematuramente a viagem ao trancar em uma curva e arrancar fiações de energia elétrica e telefonia. 

Em abril de 2019, caminhoneiro foi parar nos arredores do estádio do Criciúma
Em abril de 2019, caminhoneiro foi parar nos arredores do estádio do Criciúma (Foto: Denis Luciano / Arquivo)

O caminhoneiro, neste caso de Porto Alegre, alegou desconhecer a cidade e ter se guiado, também, pelo GPS.

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