Já imaginou pagar R$ 1,8 mil no quilo de um bife de picanha? E isso vindo de um boi tratado a cerveja e cujo “gosto musical” inclui música clássica. Esse é o Wagyu, uma raça japonesa de bovino que brilha entre as estrelas da 11ª Feira AgroPonte, principal evento do agronegócio da região carbonífera que começou nesta quarta-feira (17) e vai até domingo (21) em Criciúma.
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– Essa carne ainda não existe para consumo aqui na região. Mas restaurantes, churrascarias e boutiques de carne em São Paulo já vendem – conta o pecuarista Mauro Coelho, proprietário da Cabanha Lago Azul, de Jaguaruna.
O embrião do Wagyu foi trazido do Japão para o Sul catarinense. – No ano que vem já esperamos ter essa carne para consumo por aqui – aponta Mauro. O objetivo inicial não é o comércio dos animais, mas sim futuramente da carne dele. – É uma carne marmorizada, com a gordura entremeada que garante a maciez -. E, claro, o trato com conforto, música clássica e cerveja ajudam no resultado.
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Mauro revela que esse investimento é mais um na qualificação da genética dos bovinos na região. – Aqui no Sul havia muita mistura de raças. Estamos apostando em genética com sangue limpo, sem cometer erros de consanguinidade que eram comuns antes nas criações por aqui –. Isso tem trazido resultados para a pecuária do Sul catarinense. – Já vendemos mais de mil reprodutores na região, gado selecionado, de ponta –.
Atenção também ao que o Wagyu consome. A ração com proteínas usada na alimentação da espécie é produzida na região. – Mas com nutrição especialmente desenvolvida para a raça – assegura Mauro.

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Convite para estadualizar a AgroPonte
Além da pecuária, o agronegócio, a agricultura familiar, indústrias e tecnologia têm lugar na AgroPonte. Pelo evento, deverão passar 60 mil visitantes. São cerca de 40 cooperativas comercializando produtos do campo. O maquinário agrícola também chama a atenção, com exposições e vendas de máquinas, tratores, colheitadeiras e insumos.
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– Hoje é notório, o catarinense reconhece a importância do agronegócio –, observa o empresário Willi Backes, idealizador e promotor da AgroPonte. Ele conta que já recebeu sondagens, inclusive em nível de Secretaria de Estado da Agricultura, para estadualizar a feira. Espaços foram visitados em Florianópolis e esse salto está no radar para o futuro.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) é grande apoiadora da AgroPonte. – Nossos funcionários se esforçaram ao longo do ano para estarem aqui dando apoio aos expositores, que são produtores rurais de toda a região – sublinha o gerente regional da Epagri, Edson Borba.
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A estrutura da AgroPonte ocupa todo o espaço físico do Pavilhão José Ijair Conti, que é o centro de eventos da prefeitura de Criciúma. Uma parte do estacionamento ganhou espaço coberto provisório para abrigar as exposições de animais que ocorrem dentro da programação.
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