Antídio Lunelli (MDB) para governador, com Clésio Salvaro (PSDB) de vice e Gean Loureiro (DEM) para senador. Ou invertem as posições de Antídio e Gean. Essa leitura é recorrente, de uma “chapa dos sonhos” de três prefeitos de diferentes regiões e com mandatos em curso, visando a eleição de 2022 em Santa Catarina.
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E esse sonho acalentado pelo menos em frações dos partidos envolvidos não reside somente nas ideias de especuladores do cenário ou de correligionários. Apoiadores próximos da trinca assinalam as sugestões com entusiasmo, e são evidentes os sinais de simpatia entre os três, embora todos muito discretos e em níveis atuais diferentes de foco sobre a disputa futura. E os três guardam, entre si, o fato de estarem em segundo mandato e de virem de eleições incontestáveis e de grandes votações no ano passado.
Cidade a cidade, candidato a candidato
Em Jaraguá do Sul, poucos acreditam que Antídio Lunelli estará fora da eleição do ano que vem. Dos 44% de 2016, ele saltou para 70% de preferência em uma consagradora vitória na busca da reeleição quatro anos depois. E reúne outros elementos importantes: tem bom discurso, é bom de voto, empresário bem sucedido e com obras a mostrar. E mais: quer muito ser candidato.
Mas no MDB ele não tem a segurança da candidatura. Briga por espaço em uma prévia cuja data só será conhecida em novembro. Se ele tem a simpatia do MDB da Alesc, não encontra a mesma ressonância na cúpula, mais inclinada ao senador Dário Berger. E talvez, desse imbróglio, sobre pouco tempo para rearranjar um espaço a tempo de concorrer em 2 de outubro de 22.
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As eleições em Jaraguá do Sul
2016 – Antídio (MDB) 44,73% x Ivo Konnel (PSB) 29,4%
2020 – Antídio (MDB) 70,66% x Leandro Schmockel (Novo) 29,34%
Em Criciúma, muitos apostam que Clésio Salvaro aparecerá na urna em 2022, embora as negativas. Ele segue reforçando que sua meta é continuar prefeito, e que o PSDB tem candidato: Gelson Merisio.
Os do círculo próximo ao prefeito dividem-se nas opiniões. E Salvaro tem sido enfático nas abordagens mas íntimas ao tema: só abre mão dos dois últimos anos de mandato na cidade que governa pela terceira vez se for construído um cenário potencial de vitória. Ele não arriscará. Talvez não exista oportunidade futura para confirmação, mas Salvaro é sim entusiasta de uma chapa com Antídio e Gean. O tucano é, disparado, o mais discreto dos três nas cogitações abertas sobre a eleição.
As eleições em Criciúma
2016 – Salvaro (PSDB) 75,87% x Márcio Búrigo (PP) 11,91%
2020 – Salvaro (PSDB) 72,36% x Dr. Anibal (MDB) 10,82%
Em Florianópolis, Gean Loureiro apresenta movimentos contundentes de candidato a governador. Tem o DEM devidamente sob sua batuta, afiança o alinhamento com o PSD, embora os movimentos pessedistas que sacramentam a ideia de uma candidatura entre Raimundo Colombo, João Rodrigues e Napoleão Bernardes.
E Gean namora com outras forças. E conta ter em mãos pesquisas favoráveis. Confia que poderá atrair o Podemos, que já lançou o ex-deputado Paulo Bornhausen ao Senado e o prefeito Fabrício Oliveira ao Governo do Estado. Mas Gean é próximo de Salvaro, simpatiza com Antídio e não teria dificuldades em compor o palanque dos prefeitos para 2022. Essa trinca está longe de ser uma aposta em vão.
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Passa por aliados mais próximos do prefeito da Capital uma leitura secundária do cenário posto. Se não vingar uma parceria com Antídio, Gean e Salvaro poderão estar em outra chapa de prefeitos, nesta contida Napoleão Bernardes, que deixou o mandato passado em Blumenau pela metade para, então pelo PSDB, embarcar na chapa de Mauro Mariani que naufragou na disputa vencida por Carlos Moisés (à época no PSL).

A trinca Gean, Salvaro e Napoleão seria uma forma de atrair o PSD, nessa provável ordem: DEM na cabeça, PSDB vice e PSD ao Senado. Cenário que não pode ser descartado.
As eleições em Florianópolis
2016 – Gean (MDB) 50,26% x Ângela Amin (PP) 49,74% (segundo turno)
2020 – Gean (DEM) 53,46% x Prof. Elson (PSOL) 18.13% (primeiro turno)
De novo os prefeitos, 20 anos depois
Interlocutores dos três coincidem numa leitura importante do cenário: de que a eleição de 2022 guarda semelhança com 2002 em Santa Catarina. O que aconteceu há quase 20 anos? Esperidião Amin (PP) buscava reeleição, mas já sofria desgastes. Luiz Henrique da Silveira, então, projetou uma aliança de prefeitos. Ele, bem avaliado em Joinville. Ainda pelo MDB, Eduardo Pinho Moreira, de Criciúma, para vice. E buscou Leonel Pavan, de Balneário Camboriú, ao Senado, pelo PSDB. A leitura de LHS funcionou, o apoio do PT foi fiel da balança no segundo turno e nascia o embrião da tríplice aliança.
Antídio, Salvaro e Gean possuem, nas suas órbitas, muitos que acreditam em repetição do fenômeno de duas décadas atrás. Essa leitura não é guardada em segredo em círculos próximos dos três. Mas entre esses há, também, quem aponte uma necessária correção de rota, considerando Antídio fora do MDB. O Podemos tem portas escancaradas para ele.
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Faltam menos de 14 meses para as eleições. No momento, o cenário é extremamente pulverizado e aponta, ao Governo do Estado, as seguintes possiveis candidaturas:
PP ou Republicanos ou PSC ou outro – Carlos Moisés
PP – Esperidião Amin ou Joares Ponticelli
PDT – Fernando Coruja
PT – Décio Lima
MDB – Antídio Lunelli, Celso Maldaner ou Dário Berger
Podemos – Fabrício Oliveira
PL – Jorginho Mello
DEM – Gean Loureiro
PSDB – Gelson Merisio
PSTU, Rede, PSB e PSOL podem lançar candidatos
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