O Hospital Regional de Araranguá (HRA) é a principal referência em atendimento de média complexidade para os 15 municípios do extremo sul catarinense. Conta com 132 leitos, emergência 24 horas, UTI, centro cirúrgico, maternidade, UTI neonatal e oferece mais de 30 especialidades médicas.

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Depois de uma série de dificuldades na gestão, terceirizada pelo Governo do Estado, o Instituto Maria Schmitt (Imas) assumiu o HRA em novembro de 2018. E agora há o risco iminente de suspensão do contrato com a Organização Social (OS). Essa possibilidade foi levantada pela Secretaria de Saúde e deriva de auditorias que teriam apontado problemas nas gestões do HRA e de outros hospitais geridos por OSs em Santa Catarina. O Estado deve se pronunciar sobre o possível rompimento até esta quinta-feira (15) conforme o colega Raphael Faraco antecipou no NSC Total.

O possível rompimento pautou reunião, nesta terça-feira (13), entre a direção do Imas e do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região (SindiSaúde). – Essa decisão pegou a todos nós de surpresa – diz o presidente do sindicato, Cléber Cândito. – O Imas fez um investimento na estrutura para o tratamento da Covid no HRA, e como ficarão, se houver esse rompimento, os contratos com os 584 trabalhadores do hospital? E o atendimento da população? – indaga.

Cândido disse que ouviu da direção do Imas que não compreende as razões do Estado. – Eles não entenderam ainda o que está acontecendo. Essa fala do Estado, segundo eles, não corresponde com a situação do hospital – afirma. O SindiSaúde apurou que o HRA está operando com prejuízo e uma dívida que gira em torno de R$ 28 milhões. – Isso abrangendo o hospital de Florianópolis que o Imas também gere. Essa conta viria da falta de repasses pelo Estado para o aporte dos novos leitos de UTI Covid implantados desde março do ano passado – informa o presidente do SindiSaúde.

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Governador Carlos Moisés e secretário André Motta Ribeiro visitaram o HRA em julho de 2020
Governador Carlos Moisés e secretário André Motta Ribeiro visitaram o HRA em julho de 2020 (Foto: Julio Cavalheiro / Secom)

O HRA oferece, atualmente, 51 leitos de UTI, sendo 40 para pacientes com Covid, e desses, atualmente, 11 estão desocupados. Ou seja, a ocupação que durante boa parte da pandemia girou em torno de 100% está, nesta terça-feira, em 72%.

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Outra dúvida, o Samu

O SIndiSaúde aponta mais uma dúvida em cima da posição do Estado, de possíveis rompimentos com OSs. – Eles querem romper também com a OZZ Saúde, que gere o Samu. Se isso ocorrer, como vai ficar o passivo trabalhista? – questiona Cândido, lembrando a razão de um recente protesto que a categoria realizou em Florianópolis. 

O sindicalista lembra que, no último dia 7, trabalhadores do Samu das regiões de Criciúma e Araranguá definiram, em assembleia, por realizar uma paralisação em no máximo 30 dias. – Seria a nossa data limite para a OZZ quitar as pendências. São cerca de 230 trabalhadores no prejuízo há quatro anos, sem direito a férias, e há três anos sem reajustes nem depósito do FGTS – acusa o sindicalista.

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