Das nove mortes registradas por Covid-19 em Criciúma nesta quinta-feira (3), o dia mais letal da pandemia até aqui na cidade, um caso envolveu uma jovem de 23 anos. 

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Internada no começo de maio, Jaqueline Cruz da Rosa permaneceu em leito clínico na primeira semana. Depois, o quadro agravou-se, forçando a transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Jaqueline precisou ser intubada e submetida a uma traqueostomia, para garantir a respiração mecânica. Completou os 23 anos hospitalizada, no último dia 22. 

Sem doenças pré existentes, Jaqueline perdeu a luta pela vida nesta quinta. A jovem era irmã de Jana Cruz, cantora criciumense que participou do programa The Voice Brasil, da Rede Globo, em 2013. A mãe delas havia falecido, também por Covid-19, no dia 12 de maio, quando Jaqueline já se encontrava na UTI.

Covid-19: O dia com mais mortes em Criciúma

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Secretário de Saúde do Estado comenta

Esse e outros 508 óbitos registrados nos últimos 14 meses em Criciúma ilustram a dificuldade que a cidade enfrenta com a pandemia de Covid-19. – É o início da terceira onda – define o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. – E essa terceira onda acaba vindo mais forte em algumas regiões, como aí em Criciúma – disse, enquanto realizava uma visita a Chapecó na manhã desta sexta-feira (4).

É o início da terceira onda André Motta Ribeiro, secretário de Estado da Saúde

O secretário aponta a dificuldade de prever o rumo dessa terceira onda. – Muito difícil saber até quando e onde vai. Olhando para um passado recente, deve levar de quatro a seis semanas. Acontece que o vírus está com suas mutações e temos o inverno também como um complicador – analisa.

Motta Ribeiro acena com mais vacinas para as cidades. – O nosso ritmo de vacinação está bom, um dos melhores do Brasil, mas podemos melhorar – reconhece. – O Ministério da Saúde nos garantiu que a cada quatro ou cinco dias mandará uma remessa de 200 a 300 mil doses. Essa semana chegaram 230 mil – contabiliza.

Covid hoje: mapas mostram dados de mortes e da vacina em SC

Mas o secretário não nutre muitas expectativas de Santa Catarina reforçar a malha de leitos SUS para pacientes com Covid com aval do Ministério da Saúde. – Não temos expectativas de lá para mais leitos. A ajuda externa é menos provável – confirma. – O que vamos fazer é por aqui mesmo, contratando com os municípios, pactuando com a rede de hospitais filantrópicos, realizando mais pregões eletrônicos para aquisição de leitos – informa.

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Chegaram mais 6,2 mil vacinas

A prefeitura de Criciúma anunciou, no fim da manhã, o recebimento de mais 4,5 mil doses de vacinas AstraZeneca e 1,7 mil da Coronavac. O secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande, relata que está tentando incluir motoristas no grupo de prioritários que serão imunizados já neste sábado (5).

– Continuamos vacinando os professores e trabalhadores da educação e as pessoas acima de 18 anos com comorbidades, além de servidores da segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional, mais os idosos acima de 60 anos – explica. 

Secretário projeta incluir motoristas em grupo de vacinados neste sábado
Secretário projeta incluir motoristas em grupo de vacinados neste sábado (Foto: Divulgação)

O dado apurado pela NSC, de que 80 mil vacinados com a primeira dose não retornaram para tomar a segunda dose contra a Covid, não chega a preocupar em Criciúma. – O nosso sistema Minha Vacina está funcionando bem, ele avisa as pessoas e também a rede, para fazermos a busca ativa. Nesse sentido estamos tranquilos, a grande maioria tem sim procurado a segunda dose – garante Acélio.

Reforço de leitos no Rio Maina

O índice de ocupação de leitos SUS para Covid em Criciúma está em 100% no Hospital São José, que é o de referência, com 65 leitos disponíveis. O Hospital Materno Infantil Santa Catarina, que atende crianças, também está lotado, enquanto o Hospital do Rio Maina tem um leito disponível dos dez instalados.

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Antiga Casa de Saúde foi transformada em hospital no ditrito do Rio Maina
Antiga Casa de Saúde foi transformada em hospital no ditrito do Rio Maina (Foto: Divulgação)

O tema foi tratado em reunião do secretário Acélio e do prefeito Clésio Salvaro (PSDB) na última quarta-feira (2) com o secretário de Estado da Saúde. – Temos uma fila de espera de 15 pacientes hoje em Criciúma para os leitos de UTI. O Hospital São José não tem mais condições de abrigar novos leitos, mas o Hospital do Rio Maina tem – anuncia Acélio. 

– Pedimos apoio ao secretário André, para colocar mais dez leitos de UTI no Rio Maina, mas para isso precisamos de mais dez respiradores e de recursos humanos, hoje a maior dificuldade de todas para conseguir – relata. Por isso, não há previsão ainda de quando Criciúma poderá ganhar esses novos leitos.

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