Em 1980, nas comemorações do centenário da colonização de Criciúma, o então prefeito Altair Guidi inaugurava o Parque Centenário (que hoje leva o seu nome). No complexo estão a prefeitura, o Teatro Elias Angeloni, o Ginásio Municipal, o Centro de Eventos e a área de lazer propriamente dita, revitalizada recentemente.
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E no centro do parque há um espaço cultural. Trata-se do Monumento às Etnias, que consta de cinco blocos de concreto, cada um indicando cinco das etnias colonizadoras de Criciúma: os italianos, alemães, poloneses, negros e portugueses. Em 1981, no subsolo do monumento, foi entregue à comunidade o Memorial Dino Gorini, um lugar para exposições de arte e cultura.
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Em 1995, um incremento
Para reforçar o laço com os pioneiros de Criciúma, o memorial ganhou um atrativo em 1995. Peças de cerâmica foram fixadas nas paredes com imagens e escritas associadas às famílias colonizadoras, em um trabalho dos artistas plásticos Gilberto Pegoraro, Jussara Guimarães e Vilmar Kastering.
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Mas com o passar do tempo o espaço, que requer necessária e constante manutenção, já que se localiza no subsolo de um monumento, não teve a atenção devida. Foi invadido inúmeras vezes, chegou a ser morada de mendigos e alvo constante de vandalismo, até que o poder público optasse pelo seu fechamento.
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Houve uma tentativa de resgaste em 2010, sem sucesso. Em 2016, uma revitalização fez reacender a esperança do uso pleno do espaço para a cultura em Criciúma, mas chuvas fortes alagaram o memorial, reforçando a necessidade de um investimento mais apurado em manutenção.

Em busca de um parceiro
Agora, a intenção é tirar do papel a reestruturação do Memorial Dino Gorini. – Lançamos um edital, uma chamada pública para alguma entidade assumir a gestão do espaço, com a condição de dar a manutenção e poderá utilizar como um ambiente para encontros, reuniões, eventos, mas sem exploração comercial, e garantindo a abertura para visitações pelo público – explica o presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Zalmir Casagrande. – Já fizemos alguns contatos, há interessados e esperamos ter novidades em breve – aponta.

Uma das consultas feitas pela FCC foi ao Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), que demonstrou interesse em assumir o espaço, dar manutenção e garantir a reabertura aos criciumenses e turistas. – Falamos com o IAB e com outros também. Mas temos algumas situações bem encaminhadas – afirma o presidente.
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Entre os investimentos que devem ser feitos estão o conserto de vazamentos, infiltrações, a correção do sistema para evitar alagamentos no subsolo em dias de chuva e, também, a recomposição de algumas das peças de cerâmica que foram quebradas com o passar do tempo.
Atualmente, o memorial continua com os portões fechados. A administradora do Parque Centenário Altair Guidi, Jucélia Duarte, é quem toma conta do espaço. – Organizamos aqui, está limpo. Alguns materiais da manutenção do parque que são guardados aqui, buscamos organizar. E a segurança está garantida aqui – afirma.
O presidente da FCC não aponta prazos, mas demonstra otimismo com o possível acerto com quem possa vir a assumir o memorial. – Entendemos que um rico patrimônio desse, que conta a nossa história de forma diferenciada, não pode ficar ali, abandonado – arremata.
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