Movimentos associados à luta antirracista em Criciúma reuniram-se na manhã deste sábado (17) para um ato na Praça Nereu Ramos. A mobilização resultou da detenção de um jovem ocorrida na tarde de quinta-feira (15) e que gerou grande repercussão. Na ocasião, um homem, de cor negra, foi abordado por uma dupla de policiais militares em suposta atitude suspeita.
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– Foi uma abordagem truculenta, fomos destratados mais uma vez – argumentou Ivan de Souza Ribeiro, um dos líderes dos movimentos raciais de Criciúma. Os manifestantes reclamaram da forma como o jovem foi abordado e conduzido à delegacia pelos policiais militares.
– É o nosso repúdio a mais um ato de racismo contra os jovens negros de Criciúma. Somos tratados como subcidadãos. A cor da pele é determinante para nos apontarmos como suspeitos – acusou. Os movimentos lavraram um boletim de ocorrência reportando a revolta com o episódio e solicitaram uma reunião com o comandante do 9° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Criciúma, o que ocorrerá nos próximos dias. Um advogado e um psicólogo foram colocados ao dispor do jovem e de seus familiares.
– A violência que ele sofreu é retumbante, foi tratado como bandido. A violência simbólica é muito grande – sublinhou Ivan.
O comandante da 6ª Região Policial Militar, com base em Criciúma, rebateu a denúncia de racismo em relação à abordagem ao jovem. – Foi uma denúncia de uma senhora que estranhou a conduta dessa pessoa, que passou várias vezes defronte à loja, olhando para dentro, a pessoa se sentiu insegura e pediu a presença da guarnição – comentou o coronel Vilson Schlickmann Sperfeld.
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– Em vez de colaborar e se identificar, resolveu sentar no chão e não colaborou. Houve ameaças por essa pessoa e resistência à prisão, o que é considerado crime – explicou. – Como houve agressão, ameaçada e desobediência às ordens policiais, houve necessidade de exercer força. Não há racismo, a PM não faz distinção de quem será abordado – salientou o comandante.