Pelo menos seis atropelamentos no último ano, um deles com morte. Esse é o preocupante cenário referente à principal e mais movimentada via de Criciúma, a Avenida Centenário, que não conta com passarelas para passagem de pedestres. A ocorrência mais recente foi registrada na tarde desta sexta-feira (23).

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Pouco depois das 15h, um homem foi atravessar a via e acabou atingido por um ônibus que circulava pela faixa exclusiva do transporte coletivo. Ele foi deslocado pelo Samu, ferido, até o Hospital São José, e conforme as primeiras informações está em estado grave.

Há pouco mais de um ano aconteceu a ocorrência mais grave das recentes na Centenário. Um ciclista de 13 anos pedalava pelo canteiro central da avenida, se desequilibrou e caiu, sendo atingido por um ônibus que se aproximava. Não houve tempo para frear e o jovem faleceu no local. Esse caso gerou protestos pela implantação de uma ciclovia.

Houve outros atropelamentos na Centenário em julho, setembro e outubro do ano passado e em março desse ano, sempre com vítimas com ferimentos leves, transtornos no trânsito e muito susto.

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Uma avenida de 44 anos

A Centenário foi concebida no fim dos anos 60, na gestão do prefeito Ruy Hülse. Começou a ser construída no período de Algemiro Manique Barreto e acabou efetivamente entregue pelo prefeito Altair Guidi, em 1977. Nasceu grandiosa, com suas três pistas em cada sentido, uma delas posteriormente reservada ao fluxo de viaturas e ônibus, pemanecendo assim até os tempos atuais. 

Na origem, não houve preocupação em relação a passarelas para pedestres. O tema ganhou volume nas últimas duas décadas. O primeiro projeto de passarelas veio à tona em 2007, com o então prefeito Anderlei Antonelli. Seria uma passagem de pedestres na altura da Estação Rodoviária.

A proposta voltou ao debate em Criciúma em 2011, por provocação do prefeito Clésio Salvaro. A ideia era uma passarela de 112 metros com investimento de R$ 1 milhão.

A passarela proposta há uma década
A passarela proposta há uma década (Foto: Divulgação)

Em 2019, uma nova tentativa. Como a ideia da passarela encontrou oposição, não prosperou nos anos seguintes. Daí a alternativa sugerida foi um rebaixamento da Avenida Centenário no mesmo ponto, perto da Rodoviária. A intenção era mergular as pistas de tráfego de veículos em 4,6 metros e, no nível do calçamento, seria proporcionada a passagem segura dos pedestres. O trecho rebaixado chegaria a 180 metros de extensão e com largura de 20 metros para o tráfego.

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Houve problemas na licitação, que precisou ser relançada. Nesse interim, muita polêmica na cidade e até uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público questionando a viabilidade e o custo da obra. Comerciantes das redondezas também reclamaram do impacto que seria gerado. A região é caracterizada por recorrentes cheias em tempos de chuvas fortes, fator que, da mesma forma, fomentou o debate. A prefeitura recuou da ideia e a Centenário segue com seu movimento intenso e os riscos para quem tenta atravessá-la. 

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