O que as cidades de Criciúma, Paulista (litoral de Pernambuco) e Yokohama (uma das principais do Japão) têm em comum? Uma medalha de ouro que brilha no peito do zagueiro Nino, de 24 anos, titular da Seleção que, no sábado (7), venceu a Espanha por 2 a 1 e colaborou para a melhor campanha do Brasil na história das Olimpíadas.
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Foi no Estádio Internacional de Yokohama que Nino, nascido em Recife e profissionalizado no Criciúma, viveu a maior emoção da sua ainda recente carreira. – Ainda me recuperando das emoções – reconhece o juiz do trabalho e professor universitário Marcílio Mota, pai do jogador. Ele reside com a esposa em Paulista e de casa conferiu pela TV a trajetória do filho no Japão.
– Assim que terminou o jogo ele fez uma ligação de vídeo para a família, foi bastante emocionante, ele estava chorando, feliz demais pela conquista e também nós, ficamos muito tocados, foi um momento muito bacana e de emoção para todos nós – destaca.

Marcílio viveu um fim de semana de muitas emoções, já que comemorou o Dia dos Pais e o seu aniversário neste domingo (8) ao sabor da conquista de Nino. – A minha filha mais velha vai nos dar o primeiro neto, a mais nova passou no vestibular de Medicina e agora o Nino com essa medalha. É muita emoção – refere o pai orgulhoso, com 57 anos recém completados.
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A convicção de Nino
Nino escolheu ser atleta com 7 anos. – Ele desde muito pequeno queria ser jogador. Nós sabíamos das dificuldades e eu perguntava, a segunda opção qual é. E ele respondia, ser jogador. Então motivamos ele para ter as chances – lembra.
Marcílio conta que Nino estreou sendo campeão pernambucano de futsal pela AABB de Recife. – Depois ele foi campeão no sub-9 com o Santa Cruz, sub-11 também, e começou a fazer a passagem para o campo pelo Náutico e Sport, depois Mogi Mirim, foi para São Paulo com 14 anos – recorda.
Foi nessa época que Nino mudou de posição. Deixou de ser segundo volante para atuar na zaga. A estatura ajudou. Ele sempre foi alto para a sua idade. Daí o destino operou para o jogador vir para Santa Catarina. – O Mogi acabou com a base e surgiu a oportunidade do Criciúma. Fomos para Criciúma sabendo da tradição, da força do Tigre – destaca.

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Os tempos no Tigre
No Criciúma, Nino conheceu um profissional que foi muito importante na sua carreira. Com o técnico Eduardo Duca, ele se consolidou no sub-20 e ganhou espaço para chegar ao time principal. – O Duca era um amigo maravilhoso, que infelizmente faleceu naquele acidente com a Chapecoense – pontua o pai do jogador.
Com o destaque na base, vieram as primeiras oportunidades na equipe principal do Criciúma em 2016. O zagueiro defendeu o Tigre em 83 jogos, marcando 1 gol. Participou como titular das campanhas do Criciúma na Série B do Brasileiro em 2017 e 2018 e no quarto lugar no Campeonato Catarinense de 2018. Disputou seu último jogo no Tigre em 30 de janeiro de 2019, numa derrota por 1 a 0 para o Brusque em casa. Dias depois, foi anunciado como reforço do Fluminense.

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O futuro na Europa
Marcílio reconhece que existem sondagens que podem levar Nino para o futebol da Europa. – Nós temos conhecimento. Ele tem o empresário que trata da carreira dele. A gente sabe de interesses de clubes europeus, mas nada concreto. Ele tem contrato com o Fluminense que foi renovado recentemente – observa.
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O Criciúma terá um percentual caso ocorra a venda de Nino. – Mas ele está feliz no Fluminense, vai disputar as quartas de final da Libertadores, vai jogar na quinta-feira, também deu o passo a mais na Copa do Brasil depois de partidas difíceis contra o Criciúma. Teve aquele pênalti discutível. E não está bem colocado no Brasieiro – comenta o pai.
Sonho com a Seleção principal
Depois do sucesso na equipe olímpica, Nino sonha em uma oportunidade com o técnico Tite. – Nós torcemos por isso. Sabemos que temos muitos jogadores qualificados, a Seleção que disputou o Pré-Olímpico não foi a mesma das Olimpíadas, tivemos uma renovação muito grande, e conseguimos manter o padrão de excelência – registra Marcílio.
– É uma disputa muito difícil, muito acirrada, mas acreditamos que havendo projeto de renovação o Nino tem chances de vestir a camisa da Seleção principal – afirma.
Com a agenda apertada do campeão olímpico, a família só deverá conseguir viajar de Pernambuco para o Rio de Janeiro em setembro. – Não vemos a hora de matar a saudade – completa.
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