O destino dos portos e aeroportos nas mãos de um ex-prefeito do Sul catarinense

Na sua mensagem ao Legislativo nesta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa (Alesc), o governador Jorginho Mello (PL) enfatizou a importância de avançar, e logo, a reforma administrativa. Nela, consta a criação da Secretaria de Portos e Aeroportos em Santa Catarina. É uma das novidades que surgirão quando a proposta de reforma do Executivo sair do papel.

E já há um convidado para a função: o ex-prefeito de Imbituba, Beto Martins (PL) foi sondado pelo governador. – O convite está feito – confirmou o chefe da Casa Civil, Estener Soratto Júnior. – Ele tem experiência administrativa. Além de prefeito, já foi secretário de Estado, é um empresário com experiência inclusive em gestão portuária – detalhou. Martins é, também, suplente da senadora Ivete Appel da Silveira (MDB). Na eleição de 2018, ele compôs como segundo suplente, na ocasião pelo PSDB, a chapa que elegeu Jorginho Mello senador.

Se aceitar o convite, Beto Martins terá pela frente alguns desafios envolvendo a infraestrutura do Sul, tais como resolver o status futuro dos aeroportos de Jaguaruna e Forquilhinha e dos portos de Imbituba e Laguna. Em reunião com lideranças da região nesta semana, o chefe da Casa Civil ouviu apelos a respeito e elencou dificuldades.

– O aeroporto de Jaguaruna precisará de um investimento de pelo menos R$ 40 milhões para ser atrativo à iniciativa privada – contou Soratto. Acontece que havia um processo de concessão em andamento, elaborado no governo Carlos Moisés mas que, na avaliação do atual governo, tornou-se inviável. – Investidores só se sentirão atraídos se fizermos esse aporte de ao menos R$ 40 milhões, podendo chegar a R$ 60 milhões, pois hoje o aeroporto é inviável – salientou o secretário. – Atualmente, o aeroporto gasta R$ 300 mil e arrecada em torno de R$ 60 mil mensais – observou.

O principal investimento visando atrair mais voos é a ampliação da pista. – Hoje, são dois voos diários, precisamos chegar a pelo menos quatro para o déficit diminuir, mas para isso é preciso investir – explicou Soratto. Enquanto isso, o aeroporto de Forquilhinha vem passando por melhorias. O objetivo futuro do Município é requerer ao Estado a cedência do aeroporto visando terceirização e busca de voos comerciais, que hoje não operam na cidade.

Privatizar o porto de Imbituba

Em relação aos portos, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) sugeriu ao governador a privatização da unidade de Imbituba. – Dos cinco portos que temos, dois são tocados pelo Estado, um deles é o de Imbituba. Mas como ele não faz cabotagem internacional, não o consideramos um porto pleno. Precisamos analisar tecnicamente pois, hoje, o porto de Imbituba é viável e dá lucro ao Estado – analisou o chefe da Casa Civil.

O porto de Laguna, por sua vez, é deficitário. – Ele é um porto pesqueiro que custa em torno de R$ 300 mil por mês e arrecada cerca de R$ 90 mil, precisamos buscar uma forma desse porto faturar mais – completou Soratto.

Esses temas vão ganhar fôlego no governo Jorginho a partir da instalação da secretaria, o que deve ocorrer nas próximas semanas, conforme os encaminhamentos na Alesc.