O placar foi elástico. Mas a campanha, surpreendente. Para um Criciúma que saiu de um rebaixamento no Campeonato Catarinense para uma decisão de vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, em pleno Maracanã, em um espaço de três meses, os 3 a 0 sofridos diante do Fluminense neste sábado (31) nem foram tão sofridos assim.
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Afinal, é o mesmo Criciúma que saiu aos frangalhos do Estadual, tendo ganho apenas 1 vez em 11 partidas e sendo enxotado da Primeira Divisão em uma humilhante jornada. E que se recontruiu, achou o Paulo Baier a 2,9 quilômetros do Heriberto Hülse (no estádio Mário Balsini, do Próspera) e ali começou uma arrancada que renderá bons frutos.
Já está dando na verdade. Os prêmios acumulados ao eliminar Marília, Ponte Preta e América (MG) renderam ao Criciúma R4 5,6 milhões via Copa do Brasil, que foram capazes de equilibrar o orçamento. Com o bom time montado (para uma Série C) o Criciúma vai disputar o acesso à Série B e lutar pelo título da Copa Santa Catarina.
E o fato de ter dado um susto no Fluminense foi ainda mais positivo. Deu relevância nacional de novo ao Criciúma. Os 2 a 1 da última terça-feira (27) (2 a 0, o placar moral diante do gol roubado conferido ao Fluminense, e isso atestado pela CBF) serviram de luz alta de um time que está na Série C contra outro que disputa a Libertadores. Prova que, embora gigante, a distância entre grandes, médios e pequenos no futebol por vezes pode ser abreviada. E foi, naquela jornada heróica do time do Paulo Baier.
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Os 3 a 0 deste sábado começaram muito cedo. O gol de Manoel aos 3 minutos castigou o Criciúma. Claro que, sem o assalto sofrido em casa na terça, com os 2 a 0 na bagagem, o jogo teria sido outro, mas já que a arbitragem não permitiu, era preciso viver da realidade. E o Criciúma viveu, quando, nos primeiros 5 minutos do segundo tempo, em pleno Maracanã, acuou o Fluminense, apertou de todas as formas e quase fez por merecer o empate. Daí veio um contra-ataque e, nele, o belo gol de Gabriel Teixeira, aos 7. Dois minutos depois, Luiz Henrique fulminou o Criciúma.
Tivesse PH marcado o gol que teve a chance, sozinho e na pequena área, cabeceando para fora, e o Criciúma teria dado um calor aos minutos finais da partida. Eram, ali, 40 minutos já. Mas é fato que o Tigre caiu de pé. Foi, mais uma vez, o catarinense que mais longe chegou na Copa do Brasil. Para Paulo Baier, os 3 a 0 foram um exagero, mas o Fluminense soube tirar proveito das chances que criou. Logo, fez por merecer. O que não fez por merecer foi o placar da ida, que se tivesse sido respeitado, a sorte do confronto seria outra.

Mas só o fato de ter provocado esse susto todo num grande já credencia ainda mais o Criciúma para sair da Série C com o que lhe faria muito bem: o título, além do acesso. E esse Tigre atual merece. E assim haveria mais uma jornada digna de um livro: do time que saiu em poucos meses de um rebaixamento para um acesso e, quiçá, uma faixa no peito e uma taça no armário.
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Mas, para tanto, há muito a ser percorrido. E depois da semana de sonho na Copa do Brasil, a dura realidade será reencontrada na próxima quarta-feira (4), no estádio Novelli Júnior, em Itu, onde o Criciúma enfrentará o Ituano, às 17h, na arrancada do segundo turno da Série C.
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É preciso garantir um lugar entre os 4 do Grupo B (o Tigre está nessa desde a primeira rodada) para então chegar em um quadrangular que apontará os dois que sobem. Nesse momento, o Criciúma está a no máximo 15 jogos do acesso. É muito, mas é possível.
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