Apareceu um feriadão no calendário, são muitos os carros com placas de Criciúma que são vistos em uma pequena localidade 295 quilômetros ao Sul. Não são poucos os criciumenses fãs do isolamento e das pescarias na região do Farol da Solidão, em Mostardas, litoral do Rio Grande do Sul.
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A viagem, a partir de Criciúma, avança sem sobressaltos nos primeiros 239 quilômetros até Palmares do Sul, já em território gaúcho. Dali para a frente, buracos na estrada e preço elevado da gasolina constituem um mix que exige paciência e bolso prevenido.

É esse cenário que, novamente, acompanhou os criciumenses que buscaram a Solidão para a fartura da pesca e o sossego da costa gaúcha de mar agitado e vento constante.
Em SC, gasolina mais barata na BR
Se a intenção for encher o tanque em Criciúma para tomar a estrada, o condutor vai encontrar o litro da gasolina com preço médio de R$ 6,47. Mas se optar pelos postos da BR-101, em Maracajá, encontrará o litro a R$ 6,24.
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O avanço no caminho meridional aponta o gradual acréscimo nos valores: em alguns postos da margem da rodovia, observamos neste domingo (14) o litro a R$ 6,49 (em Araranguá), R$ 6,38 (Santa Rosa do Sul) e R$ 6,54 (em Passo de Torres).
Chegou o Rio Grande do Sul: R$ 6,79 (em Torres), R$ 6,77 (Dom Pedro de Alcântara), R$ 6,78 (em Terra de Areia) e oscilando entre R$ 6,89 e R$ 6,94 em postos de Osório. Dali, quem segue para Porto Alegre avança pela BR-290, a Freeway. Quem vai para o Farol da Solidão, toma o rumo da RSC-101, o braço estadualizado da BR-101.

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Chegaram os buracos
Não só a gasolina vai ficando mais cara, como a estrada piora a cada quilômetro. Passando Capivari do Sul e Palmares do Sul, vem Mostardas, que é o município de destino. Ainda pela RSC-101, que se tornará BR-101 novamente mais adiante, depois de Tavares em direção a São José do Norte, onde a gigante rodovia federal de 4 mil quilômetros iniciada lá no Rio Grande do Norte vai acabar.
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Na porção problemática da rodovia, os muitos buracos “fazem fila”, como dizem os nativos. Multiplicam-se, tornando proibitiva a viagem noturna na região. Tanto que são poucos os que se aventuram naquela extensão quando o sol se põe.

Na luz do dia, é possivel conferir o zigue-zague dos veículos, que precisam driblar a buraqueira. E isso faz, naturalmente, aumentar o consumo de gasolina. Afinal, o acelera e reduz são fatores que fazem o motor trabalhar mais. Assim, mais combustível se torna necessário.
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Gasolina sobe até R$ 1,11 no caminho
Daí chega o último posto do trajeto antes do Farol da Solidão. Na localidade de São Simão, em Mostardas, 10 quilômetros antes do destino final, ele vem cobrando R$ 7,35 pelo litro da gasolina. Logo, quem saiu de Criciúma e voltou a abastecer ali, está pagando R$ 0,88 a mais por litro. Ou pior: se optou pelo combustível mais barato em Maracajá, citado antes, a diferença salta para R$ 1,11 por litro.
A justificativa está na ponta da língua do frentista que consultamos ao passar pelo pacato lugar. – É o imposto, aqui é mais alto – explica o trabalhador, que reconheceu: – Poxa, esse povo de Criciúma que passa aqui sempre pergunta isso -. Ele chega a perder a conta de quantos carros do Sul catarinense atende nos feriadões. Com raras exceções, se queixam do valor da gasolina.
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A quietude ajuda a pagar a conta
Mas para quem busca sossego, o cenário bucólico do Farol da Solidão compensa o gasto a mais com combustível. O lugar é humilde. Gente acostumada com o conforto das suas casas em Criciúma não se incomoda em passar alguns dias naqueles espaços simples, de madeira, dos pescadores dali que as alugam para a aventura. E nem se incomodam com o vento forte, o mar gelado e a escassez de energia e alimentos.

E quando chega a hora da viagem de volta, de novo é momento de encarar os buracos da RSC-101 e a gasolina com preço mais alto que em Santa Catarina. Mesmo assim, muitos colocarão na agenda um retorno para mais adiante, quem sabe entre o Natal e o Ano Novo. Na expectativa de estrada melhor e combustível mais barato.

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